preconceito e discriminação

Nikolas Ferreira irá responder por injúria racial

O deputado desrespeitou Duda Salabert, uma mulher trasnsexual, ao referir-se a ela pelo pronome masculino.

Nikolas Ferreira irá responder por injúria racial
O deputado afirmou estar tranquilo por não ter cometido nenhum crime (Crédito: Reprodução/Youtube)
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) irá responder por injúria racial contra a também deputada Duda Salabert (PDT). A parlamentar é uma mulher transexual. Ferreira desrespeitou a política referindo-se a ela, em uma entrevista, pelo pronome masculino. Na época, os dois eram vereadores de Belo Horizonte.
A queixa-crime foi apresentada por Duda em dezembro de 2020. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), após acolher o pedido do Ministério Público, encaminhou o julgamento do caso para a 5ª vara criminal de Belo Horizonte. A Justiça deve, em um prazo de 30 dias, aceitar ou não a denúncia.

Caso ela seja aceita, Nikolas se tornará réu. O deputado foi acusado de injúria racial, tendo como base um argumento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ofensa à honra pessoal, em desrespeito à identidade de gênero, é uma espécie de racismo.

Publicidade

CRIME DE INJÚRIA RACIAL 

A partir da queixa-crime, a Justiça determinou que o caso se caracterizaria como uma injúria simples com infração de menor potencial ofensivo. A pena, nesse caso, seria de, no máximo, seis meses. Entretanto, o Ministério Público recorreu afirmando que havia conteúdo transfóbico, o que tornaria a ofensa uma injúria racial qualificada.

Ao ser procurado pela reportagem do G1 de Minas Gerais, Nikolas disse que “não houve nenhuma sentença, somente uma decisão para qual seria o local competente para julgar”. O deputado também afirmou estar tranquilo por não ter cometido nenhum crime.

TRANSFOBIA E GORDOFOBIA

Essa não foi a primeira vez que Nikolas foi acusado judicialmente por falas preconceituosas e discriminatórias. Em julho do ano passado, circulou um vídeo nas redes sociais em que o deputado criticava a presença de uma adolescente transexual em um banheiro feminino de um colégio particular de Brasília. Nikolas foi investigado pelo Ministério Público após o caso. 

Também em 2022, em outubro, o MPF (Ministério Público Federal) analisou uma apresentação feita pela deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL). A apresentação acusava Nikolas de receber R$ 100 mil do empresário Ronosalto Pereira Neves. O dinheiro seria uma “vantagem indevida dada por Aécio do grupo da JBS no período de 2014 a 2017”, segundo a deputada do PSOL. 

Publicidade

Além disso, este ano, Nikolas foi processado pela influenciadora Thais Carla. Ela pediu uma indenização de R$ 52 mil por uso indevido de imagem, após o deputado repostar e criticar uma foto em que ela estava com o corpo pintado, caracterizada como a Globeleza.

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.