o machismo nosso de cada dia

Que tal deixar a Madonna (e as mulheres) em paz?

As críticas sofridas pela cantora Madonna após aparição no Grammy é apenas um exemplo do que as mulheres (famosas ou não) sofrem em relação à cobrança da sociedade: se decidem fazer procedimentos, são massacradas; se assumem as rugas, são igualmente linchadas moralmente.

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(Crédito: Getty Images)

Madonna, desde que apareceu no Grammy, a maior premiação da música, que aconteceu no último domingo (5), virou assunto nas redes. As críticas por ela ter, aparentemente, exagerado nos procedimentos estéticos, invadiram a internet, fazendo com que seu nome fosse ao topo dos assuntos mais debatidos na web.

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Aqui, abro espaço para uma reflexão: Que tal deixar a Madonna (e muitas mulheres) em paz?

Antigamente, aquelas que já passaram dos 40 anos, eram obrigadas a cortar o cabelo (imagina, cabelo longo é para jovens). Franja, nem pensar! Cirurgias e procedimentos estéticos eram ditos apenas no confessionário, à beira da morte. Pecado assumir que mexeu nos traços que  Deus criou…

Paradoxalmente, assumir os fios brancos, a idade, enfim, as marcas do tempo, também gerou preconceito desde sempre –  hoje é conhecido pelo nome de ‘ageísmo’. Podemos acrescentar ainda a palavra ‘misoginia’ nesta receita de deturpação social, já que, enquanto mulheres são apedrejadas pelas suas escolhas, homens podem envelhecer como bem entendem.

Quem acompanha a trajetória artística de Madonna, desde a década de 1980, sabe que ela nunca seguiu essas regras sociais. Sempre foi inovadora, provocativa, irreverente e polêmica. Sempre pregou que mulheres sejam livres para que possam ser (e fazer) o que querem na vida, no rosto, no corpo e na alma. A Madonna de hoje não faria diferente.

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Nas mesmas redes sociais que a crucificam, ela pôs a  cara (plastificada, sim senhor) a tapa e rebateu críticas sobre sua aparência com um desabafo.

 

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Uma publicação compartilhada por Madonna (@madonna)

“Em vez de focarem no que eu disse em meu discurso, que era sobre agradecer pelo destemor e frescor de artistas como Sam Smith e Kim Petras, muitas pessoas optaram por falar apenas sobre minhas fotos em close-up. Fotos tiradas com uma câmera de lente longa que distorceria a cara de qualquer um!”, escreveu a cantora em publicação.

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Aqui vai um recado, principalmente às mulheres: sororidade, outra palavrinha da moda virtual, mas pouco usada na vida real, diz respeito ao acolhimento que devemos ter entre nós. Independente de gostar ou não do rosto da Madonna, gosto da liberdade que ela proporciona com suas ações.

*O texto não reflete, necessariamente, a opinião do Grupo Perfil Brasil

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