O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, tinha tanques preparados para um golpe de Estado após as eleições de 2022, segundo relatório divulgado pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (26). As informações detalham supostas articulações golpistas envolvendo integrantes das Forças Armadas e aliados do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O documento destaca mensagens trocadas por figuras centrais da investigação, incluindo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que mencionam ações planejadas e frustradas. As informações são da CNN.
Como as mensagens revelam a articulação para um golpe?
Em uma das conversas analisadas, um contato identificado como Riva afirma: “O Alte Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos”. O interlocutor responde sugerindo que o “01” — referência ao presidente Jair Bolsonaro — deveria ter rompido com a Marinha, indicando que as outras Forças, Exército e Aeronáutica, poderiam seguir o movimento.
Mauro Cid, citado como intermediador em diversas mensagens, reage de forma hesitante, dizendo: “mais ou menos”. Ele encaminha dois áudios na sequência, mas apaga ambos, tornando impossível determinar o conteúdo.
Outro personagem da troca, identificado como Sérgio Cavalieri, lamenta a falta de ação: “Fomos covardes, na minha opinião”. Cid concorda, afirmando que “fomos todos. Do PR [Presidente da República] e os Cmt F [Comandantes das Forças]”. Ele ainda menciona que, em 1964, “não precisou de ninguém assinar nada”, uma alusão ao golpe militar daquele ano.
O que isso significa para as investigações?
O relatório da PF reforça suspeitas de que membros das Forças Armadas estariam envolvidos em articulações para desestabilizar a ordem democrática. A informação de que tanques estavam prontos agrava o cenário, indicando um nível de preparação logística para ações extremas.
O episódio também amplia a pressão sobre Bolsonaro e seus aliados, que continuam a enfrentar desdobramentos legais relacionados ao período eleitoral e às tentativas de minar o processo democrático.
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