veja dicas para conferir

Como saber se a carne do mercado está própria para consumo?

Saber identificar carnes impróprias e compreender as normas de conservação são passos essenciais para evitar prejuízos à saúde do consumidor
Saber identificar carnes impróprias e compreender as normas de conservação são passos essenciais para evitar prejuízos à saúde do consumidor – Crédito: Reprodução / TV Globo

Recentemente, uma grande operação policial revelou um esquema de venda de carnes deterioradas em Três Rios, no Rio de Janeiro. A empresa Tem Di Tudo Salvados comprou diversas carnes com a justificativa de que seriam transformadas em ração animal. Contudo, as investigações indicaram que os produtos foram manipulados para encobrir os danos e revender em açougues e mercados em todo o Brasil. Este caso traz à tona a importância de conhecer os procedimentos adequados para identificar e conservar carnes em boas condições.

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O evento fez parte da Operação Carne Fraca, resultando na prisão de quatro indivíduos. A maquiagem realizada nas carnes levantou preocupação sobre os métodos utilizados e a segurança alimentar nas prateleiras. Saber identificar carnes impróprias e compreender as normas de conservação são passos essenciais para evitar prejuízos à saúde do consumidor.

Como identificar carne imprópria para consumo?

Observar a coloração é uma das formas mais eficazes de determinar se uma carne está em bom estado. Carnes com coloração muito escura ou esverdeada indicam deterioração. Além disso, um cheiro forte e desagradável é um sinal claro de putrefação. Produtos embutidos apresentam mais desafios, pois ingredientes adicionais podem mascarar os sinais de deterioração. Conferir se o rótulo possui o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) garante que o produto é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

O preço muito baixo também pode ser um indício de produto suspeito. Mercadorias sem nota fiscal ou comercializadas em condições fora das normas sanitárias devem ser evitadas. Dessa forma, o consumidor pode proteger-se contra fraudes e problemas de saúde decorrentes do consumo de carnes impróprias.

Quais são as melhores práticas para conservar carne em casa?

Manter a carne nas condições adequadas de armazenamento é essencial para preservar sua qualidade. A temperatura recomendada varia conforme o tipo de carne e o modo de conservação. Carnes frescas devem ser mantidas em geladeiras com temperaturas entre 1°C e 4°C. Já as carnes congeladas devem ser estocadas em freezers a temperaturas de pelo menos -18°C, garantindo uma duração de até 90 dias sem perda significativa de qualidade.

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Para carnes cozidas, o resfriamento deve ser rápido, indo de 60°C a 10°C em até duas horas. O congelamento após esse resfriamento ajuda a prolongar a vida útil do alimento. O descongelamento, por sua vez, deve ser feito de maneira segura, evitando a proliferação bacteriana, preferencialmente no refrigerador ou micro-ondas.

Quais são os regulamentos legais para frigoríficos?

Os frigoríficos são obrigados a seguir normas rígidas para garantir a qualidade das carnes produzidas e distribuídas. A Portaria n° 304 de 1996 estabelece, entre outros, que as carnes devem ser mantidas a temperaturas específicas dependendo do seu estado: refrigeradas até 7°C, congeladas a -12°C e produtos destinados à exportação a -18°C. A reutilização de carnes que foram retiradas da refrigeração não é permitida, evitando assim o risco de contaminação.

Adicionalmente, os produtos devem ser armazenados sem contato com o chão e passar por processos de esterilização em até duas horas após o fechamento das embalagens. Em caso de detecção de quaisquer problemas de saúde nos produtos, ambientes devem ser desinfectados imediatamente para prevenir contaminações cruzadas. Esses regulamentos, estipulados em decretos como o n° 30.691 de 1952 e o decreto n° 9.013 de 2017, são fundamentais para a segurança alimentar.

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Como garantir a segurança alimentar?

A segurança alimentar depende da responsabilidade dos fabricantes e também da vigilância do consumidor. Certificar-se de que as carnes possuem o selo SIF e estão dentro do prazo de validade é fundamental. Também é importante estar sempre atento às condições de armazenamento tanto nos pontos de venda quanto em casa. A educação constante sobre o manejo e a conservação de produtos alimentícios ajuda a minimizar o risco de consumo de produtos impróprios.

Casos como o ocorrido em Três Rios reforçam a necessidade de fiscalização rigorosa e alertam sobre práticas fraudulentas no setor alimentício. O conhecimento e a atenção a detalhes podem ser os melhores aliados do consumidor na prevenção de problemas de saúde.

Leia também: O que se sabe sobre empresa que teria revendido carne podre que ficou submersa na enchente do RS?

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