Durante muitos anos, menopausa sempre foi sinônimo de tabu. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos e sempre esteve relacionado ao envelhecimento da mulher. Durante décadas, sempre foi mantido em segredo. Muitas mulheres escondiam ou ficavam em silêncio quando chegavam nesta fase da vida.
Hoje, algumas famosas decidiram romper esta barreira e falar abertamente sobre o assunto. Adriane Galisteu, Xuxa e Angélica estão utilizando suas redes sociais para abordar os desafios deste período, como mudanças no humor, no sono, na libido e tratamentos que cada uma delas utiliza.
Dando voz à menopausa
“Vivendo o auge da vida”. Assim, a apresentadora Adriane Galisteu falou sobre chegar aos 50 anos. Assim como boa parte das mulheres nesta faixa etária, ela revela em sua conta no Instagram, que sentiu insônia, cansaço, mudança de humor e o clássico ‘calorão’.
Ver essa foto no Instagram
Para Dra. Cristina Nobile, fisioterapeuta pélvica, a menopausa abrange mais de 70 sintomas: “Vão desde sintomas físicos, os famosos fogachos e suores noturnos, sintomas urinários, as tais infecções e incontinências, sintomas musculoesqueléticos, a osteoporose e a fraqueza muscular, sintomas cardiovasculares, dermatológicos, gastrointestinais, emocionais e sexuais. Bastante comuns na menopausa são as queixas de secura vaginal, redução do desejo sexual e a dor na relação”
Andréa Beltrão também trouxe o assunto à tona em entrevista ao jornal O Globo, quando falou da personagem Rebeca, que viveu na novela Um Lugar ao Sol. Na trama, a personagem experimentava as mudanças do corpo e da mente com a maturidade.
“É maravilhoso poder falar. Na pandemia, ficou visível a discussão dos fios brancos crescendo, não dava para pintar cabelo, essas coisas que dão uma imagem “lux luxo”. Abriu um portão, tipo: “Por que a gente tem que? O que esperam das mulheres?”. É melhor não esperar nada, porque só vamos fazer o que tivermos a fim. Esse é o melhor lugar, o da liberdade, de sermos honestas com nosso desejo“.
Questionada sobre se fazia reposição hormonal, Andréa afirmou: “No começo, não. Mas o torniquete foi apertando, invadindo a questão sexual, a libido. Aí, falei: ‘Não dá, bicho, vamos morrer inteira, transando!’ (risos). Fui na médica e pronto. Mas é um momento de passagem e tem sua beleza. Deve ser tratado como mais um momento belo da mulher.”
Sobre a reposição hormonal, Dra. Cristina Nobile faz uma ressalva: “não é para todas”. Ela explica que há outras alternativas: “Hoje os sintomas são tratados com fitoterápicos, atividade física, alimentação adequada, controle de peso, controle do tabagismo, entre outras coisas que ajudam no alívio dos sintomas e na qualidade de vida.”
Quem acompanhou as aventuras sexuais de Samantha Jones, na série “Sex And The City”, presenciou momentos em que a menopausa foi levada às telas com muito bom humor. A atriz Kim Catrall, que deu vida à personagem, transmite um recado poderoso: “Acho que a maioria das mulheres não quer ser considerada envelhecida, porque isso não apenas as faz se sentir mal, mas também transmite algo sobre o ponto da vida em que estão. Não tenho vergonha disso porque é uma realidade. Mas eu venho de Liverpool e gostamos de tirar sarro das coisas. Não levamos tudo tão a sério”, disse em entrevista.
Falta de informação
A apresentadora Angélica revelou que começou a perceber a chegada da menopausa considerada precoce, aos 43 anos. Ela revela que chegou a se sentir envergonhada e demorou a entender o que estava acontecendo.
“Alguns sintomas apareceram, mas fui levando, por falta de informação e por não querer tomar remédios. Demorei a entender a menopausa precoce e me cuidar, iniciar o tratamento de reposição hormonal. Essa lentidão eu considero um erro. A notícia da menopausa em si não foi ruim, aos 45 anos, mas os sintomas, como o calor, insônia e alteração de humor, foram”, contou. “Sofri muito com a falta de informação”.
Vida sexual
Para a apresentadora Xuxa, a menopausa chegou há pouco mais de 10 anos. Em entrevista recente, ela revelou que foi um período difícil, principalmente em relação à falta de libido. Hoje, aos 61 anos, garante: “estou bombando”.
A Organização Mundial da Saúde estima que, até 2030, um bilhão de mulheres estarão atravessando a menopausa. Por isso, é fundamental naturalizar o tema. Para Dra. Cristina, vivemos uma evolução na forma de enxergar o universo feminino: “Tudo é um processo, mas o importante é que estamos avançando e conseguindo levar conteúdo informativo para o universo feminino”, afirma.
Siga a gente no Google Notícias