TECNOLOGIA MÉDICA

Multiscent20: novo tablet ajuda a rastrear doenças neurodegenerativas

Esse dispositivo inovador possui 20 fragrâncias universais, incluindo café, laranja, baunilha e rosa, que são liberadas por uma tecnologia de ar seco

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania já registrou mais de 36 mil denúncias de golpes bancários contra idosos neste ano
O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania já registrou mais de 36 mil denúncias de golpes bancários contra idosos neste ano – Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi

Pesquisadores brasileiros deram um grande passo na medicina ao desenvolver um tablet capaz de emitir cheiros e ajudar no diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Trata-se do Multiscent20, o primeiro aparelho de teste olfativo digital para fins médicos.

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Esse dispositivo inovador possui 20 fragrâncias universais, incluindo café, laranja, baunilha e rosa, que são liberadas por uma tecnologia de ar seco. O sistema é desenhado para controlar precisamente a quantidade e a duração da liberação dos aromas, facilitando a identificação correta pelo paciente.

Como o Multiscent20 funciona no diagnóstico

O paciente recebe cada fragrância e responde a um teste diretamente na tela do aparelho para identificar o cheiro. Essa resposta é processada e armazenada na nuvem em tempo real, possibilitando que os médicos acessem os resultados instantaneamente de seus consultórios ou via aplicativo.

A eficácia e a inovação do Multiscent20 foram validadas em publicações renomadas, como a revista Nature e a IFAR, referência na área médica olfativa. Até a introdução desse dispositivo, os métodos de diagnóstico olfativo utilizavam frascos e canetas manuais.

Marcio Nakanishi, otorrinolaringologista e pesquisador da Universidade de Brasília (UNB), liderou o estudo sobre o Multiscent20. Ele destaca que a perda do olfato é um sintoma comum em várias doenças e que a pandemia de Covid-19 ajudou a trazer mais atenção a essa questão.

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Nakanishi afirma que o tablet é crucial para detectar precocemente doenças neurodegenerativas. Isso permite intervenções antecipadas e potencialmente mais eficazes, dado que essas condições frequentemente têm a perda do olfato como um de seus primeiros sintomas.

A trajetória e expansão do dispositivo

A ideia de aplicar essa tecnologia na medicina surgiu durante a pandemia, quando Nakanishi se interessou por uma tecnologia de perfume usada originalmente na indústria de cosméticos. Em parceria com Claudia Galvão, que havia desenvolvido o tablet para fragrâncias, adaptaram o Multiscent20 para uso médico.

Galvão explica que a tecnologia seca do tablet é o que o torna tão eficiente, pois evita a contaminação do ambiente e do nariz do usuário, garantindo consistência mesmo após a exposição a múltiplos aromas.

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A empresa Noar, que fabrica o Multiscent20, está conduzindo pesquisas em 28 países para avaliar a eficácia da tecnologia. No Brasil, estão realizando um estudo nacional para medir, pela primeira vez, os níveis de olfato dos brasileiros. Um dos apoiadores da tecnologia é Thomas Hummel, um especialista da Universidade de Dresden, conhecido por desenvolver testes olfativos usando canetas. Ele coassina o estudo publicado na Nature.

O Multiscent20 está atualmente disponível em consultórios privados e universidades parceiras no Brasil, como a UNB. No entanto, ainda não foi integrado ao SUS.

 

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