Embora seus efeitos não sejam amplamente conhecidos, as arritmias cardíacas não são raras. No Brasil, essa condição impacta mais de 20 milhões de pessoas, resultando em mais de 320 mil mortes súbitas anualmente – segundo estatísticas coletadas pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), com auxílio de dados do Ministério da Saúde.
“As arritmias cardíacas são divididas em dois grandes grupos: as taquicardias, que são o ritmo rápido, quando a frequência cardíaca está acima de 100 batimentos por minuto; e o ritmo lento, chamado bradicardia, quando a frequência cardíaca esta abaixo de 50 batimentos por minuto“, detalhou a cardiologista Érika Bragança, membro da SOBRAC.
Segundo a médica, há muitas outras arritmias dentro desses dois grupos, variando de acordo com sua localização no coração, como as taquicardias supraventriculares e atriais ou ventriculares; as doenças que atingem o nó sinusal ou o nó atrioventricular; entre outras.
“Além destas, ainda temos batimentos que acontecem antes da hora dentro do ciclo cardíaco, chamadas extra-sístoles ou ectopias, que também têm origens diferentes no coração: nos átrios, nos ventrículos ou mesmo na junção atrioventricular. Costumo dizer que as arritmias são como cores, temos as clores claras e escuras, e várias nuances dentro de cada cor“, descreveu.
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A cardiologista pontua que as arritmias podem ser assintomáticas, porém, quando os sinais aparecem, os mais comuns são palpitação, fadiga, cansaço, falta de ar, dor no peito, desmaios e, em casos mais graves, a morte súbita cardíaca, uma situação extrema onde a arritmia é a causa da parada do coração.
O tratamento dessa doença pode variar bastante dependendo do diagnóstico – e se há alguma condição prévia que leve àquela arritmia. “Temos um arsenal grande de tratamento que varia desde o acompanhamento, uso de medicações, uso de dispositivos cardíacos como marca-passos e desfibriladores, a cardioversão elétrica e também a ablação por cateter“, explicou a médica.
“A ablação por cateter, por exemplo, é um tratamento bastante específico para as arritmias cardíacas e pode trazer um controle mais eficaz da doença e, em alguns casos específicos, proporcionar a cura“. Por isso, para iniciar a terapia, é necessária uma avaliação bem individualizada do paciente e do tipo de arritmia.