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Riscos dos sites e aplicativos que prometem “espionar” WhatsApp

Published 28/06/2021
Riscos dos sites e aplicativos que prometem “espionar” WhatsApp

(Crédito: Canva Fotos)

Nos dias de hoje, dezenas de sites, aplicativos e extensões prometem a possibilidade de “espionar” a conta WhatsApp de outra pessoa, para assim acessar dados privados. No entanto, destacam os especialistas, esse tipo de ferramenta não é confiável, não dá nenhum resultado e pode trazer riscos de roubo de dados ou vírus.

Daniel Barbosa, pesquisador da ESET Latinoamérica, explica: “É importante ressaltar que os sites e extensões não cumprem o que foi prometido e buscam enganar o grande número de usuários que vão à web em busca de opções para espionar o telefone de outra pessoa”. E acrescenta: “Embora não tenhamos detectado a distribuição de ameaças informáticas que tentem comprometer o aparelho dos usuários (a maioria procura distribuir publicidade), muitos têm potencial para fazê-lo”, afirma.

O laboratório da ESET, empresa que atua na detecção proativa de ameaças, analisou algumas opções que prometem espionar o WhatsApp, o compartilhou algumas conclusões sobre esse tipo de ferramenta.

Todos os sites analisados têm praticamente a mesma estrutura, apontam, e o final é muito parecido: uma tela que simula que estão sendo executados muitos comandos para acessar as informações do número de telefone fornecido, mas na realidade não executa nada. Trata-se apenas de textos já programados na página, e nenhum tráfego é gerado quando as informações são inseridas nos campos.

“Embora alguns desses sites exibam imagens que podem parecer convincentes aos olhos crédulos, o que eles oferecem é mentira”, diz Barbosa.

Para utilizar o site é necessário inserir um número de telefone e indicar o sistema operacional utilizado. Essas informações podem ser úteis se os criminosos quiserem espalhar ameaças a alvos específicos por meio de um número de telefone. As informações do sistema operacional também podem ser usadas para alterar posteriormente o site a fim de espalhar malware específico para uma determinada versão do Windows, por exemplo.

O segundo benefício possível, aponta a ESET, é encontrado na publicidade: “Para ter acesso aos supostos dados coletados da conta para espionar, alguns passos adicionais devem ser seguidos que levam a vários sites, também sem código malicioso aparente, mas cheios de publicidade. Para cada acesso, os criminosos ganham uma pequena quantia de dinheiro com publicidade e esses acessos simples alimentam a indústria do cibercrime”.

“Embora no momento da análise dessa extensão ela não apresentasse características maliciosas adicionais, os perigos que a instalação de uma extensão acarreta são muito maiores do que os que mencionei anteriormente”, alerta o especialista.

“Instalar software em seu navegador pode trazer várias complicações. Além da possibilidade de alterar o funcionamento do próprio navegador, esse software pode ser utilizado como ferramenta para baixar outros programas maliciosos sem que o usuário perceba. Não seria a primeira vez que os invasores usam extensões que se apresentam como ferramentas legítimas para realizar ações maliciosas”, disse ele.

Os riscos dos aplicativos de monitoramento

Aplicativos de monitoramento e controle: Embora em alguns países não seja ilegal usar esses aplicativos como ferramenta de controle parental ou por empregadores, interceptar as comunicações de terceiros por meio da instalação e/ou uso desses aplicativos, sem consentimento e autorização, é ilegal na vasta maioria dos países do mundo. Por outro lado, embora existam aplicativos que foram projetados para serem usados com o consentimento da outra pessoa e para fins de segurança, outros aplicativos afirmam ser oferecidos para a mesma finalidade, mas suas descrições na verdade se referem à espionagem sem consentimento.

Entre 2019 e 2020, o crescimento do uso desse tipo de aplicativo cresceu quase 50%. Em uma investigação recente da ESET em que mais de 58 aplicativos de espionagem foram analisados, foi descoberto que muitos apresentam “um grande número de vulnerabilidades que representam um risco para a privacidade, tanto para as pessoas espionadas quanto para aqueles que espionam”.

No caso do controle parental, onde haja um dispositivo que precisa ser monitorado e se tenham as permissões necessárias para usar esse tipo de aplicativos, como escolher um aplicativo adequado quando há tantos potencialmente perigosos ou que não cumprem o prometido?

AG CP

*Texto publicado originalmente no site Perfil Argentina.

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