Na tarde desta terça-feira (4). O prefeito Eduardo Paes (PSD) cancelou o Carnaval de rua no Rio de Janeiro devido ao aumento de infecções pela variante ômicron.
A decisão foi informada em reunião com blocos e patrocinadores e posteriormente anunciada em transmissão nas redes sociais.
Eduardo Paes e Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde, se reuniram com representantes de ligas que abrangem cerca de 450 blocos da cidade, que concordaram com a decisão.
“O Carnaval de rua, por sua própria natureza e pelo aspecto democrático que tem, gera a impossibilidade de se exercer qualquer tipo de fiscalização“, afirmou Paes na transmissão.
Já o desfile na Sapucaí está mantido, segundo o prefeito, porque lá será possível ter uma “série de controles”, que ainda serão anunciados.
Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, liga que inclui alguns dos principais cortejos cariocas afirma que os blocos já haviam decidido acatar a decisão da Prefeitura e da ciência. “Ele (Paes) disse que, pelos dados de hoje, não tem condição de fazer Carnaval de rua no Rio e precisamos recuar”, diz.
O município enfrenta um aumento significativo no número de casos da variante ômicron. A porcentagem de testes positivos para a presença do coronavírus saltou de 1% em dezembro para 13% na última semana.
O número de internações na rede pública permanece num dos mais baixos desde o início da pandemia. Contudo, a quantidade de pessoas nos leitos do município mais do que dobrou desde o Natal, de 11 para 24, na tarde desta terça (4).
Paes também afirmou na transmissão que propôs uma alternativa para a realização do Carnaval de rua, a princípio não aceita pelos representantes dos blocos.
Eduardo sugeriu à Ambev, patrocinadora da festa, que em todo fim de semana de fevereiro houvesse um evento gratuito com 50 blocos tradicionais, em três pontos da cidade.
Nesses locais, seria possível estabelecer algumas medidas de segurança, como apresentação de passaporte vacinal e testagem pela Prefeitura. Os locais propostos inicialmente por Paes foram o Parque Olímpico da Barra da Tijuca e o Parque Madureira.
“Não topamos, não nos representa, estamos em toda a cidade”, diz Rita Fernandes, da Liga Sebastiana.
Segundo Rita, o prefeito se mostrou contrário a essa espécie de “blocódromo”, mas disse que a alternativa seria excepcional para o evento deste ano por causa do aumento dos casos de Covid-19.
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— Eduardo Paes (@eduardopaes) January 4, 2022