O político argentino Claudio Ferreño se envolveu em uma polêmica nesta semana, após um participante do “Big Brother Argentina” acusar o presidente do país, Alberto Fernández, de corrupção e alegar conhecer o político “há 35 anos”. No relato do participante Walter Santiago, apelidado de “Alfa”, sobre o suposto circuito de corrupção, Ferreño foi apresentado como o “braço direito” de Alberto Fernández.
Para esclarecer a polêmica, o presidente argentino se reuniu com Ferreño nesta quinta-feira (21). O político negou vínculos com o participante do reality show, embora mantivesse uma amizade com o irmão de Santiago.
Claudio Ferreño se encontrou com Alberto Fernández
Embora não tenha falado publicamente sobre o assunto, o líder da coalizão “Frente de Todos” na Assembleia Legislativa de Buenos Aires, Claudio Ferreño, ficou incomodado com as acusações de corrupção e se reuniu no gabinete da Presidência, como parte de uma conversa particular para esclarecer o assunto.
A ligação de Ferreño com “Alfa”
Claudio Ferreño é padrinho do filho do irmão de Walter Santiago e vice-versa, ou seja, o irmão do participante do “Big Brother Argentina” também é padrinho de um dos filhos de Ferreño. Ambos pertencem ao bairro de Coghlan em Buenos Aires, mas teriam se distanciado anos atrás.
Por outro lado, negou a possibilidade de que Alberto Fernández e Santiago se conhecessem através do vínculo de Ferreño, com especial destaque para uma inconsistência temporária nas declarações de “Alfa”: eles não poderiam se conhecer há “35 anos”, tendo em vista que o vínculo entre os presidente e Ferreño é de 25 anos atrás.
Embora Ferreño tenha sido identificado como a suposta “mão direita” de Alberto, sua definição é imprecisa. O chefe da “Frente de Todos” foi parceiro de militância de Alberto Fernández na Buenos Aires e faz parte de um seleto grupo de “velhos amigos” do presidente, ao qual também se junta o embaixador no Uruguai Alberto Iribarne, o deputado Eduardo Valdés e o secretário-geral da Presidência, Julio Vitobello.
Por outro lado, Ferreño preside atualmente o Partido Trabalhista e Equidade (PartE), fundado por Alberto Fernández em 2008 após sua saída do Kirchnerismo.
As acusações de “Alpha” e seus desdobramentos
“Alberto Fernández me subornou muitas vezes. Eu o conheço muito bem. Há muitos políticos que se vincularam ao poder e se entrincheiraram no poder e fizeram fortuna”, disse o participante do “Big Brother Argentina”.
Em seguida, Gabriela Cerruti, porta-voz do governo argentino, publicou um tweet no qual negava as declarações do participante do programa de TV. Ela assegurou que “o presidente não tem informações sobre essa pessoa nem se lembra de tê-lo conhecido” e que “fez da transparência um objetivo central de sua gestão em cargos públicos”.
Este estilo de programas, como #GranHermano colaboran con el sentido común colectivo. Hay discursos de odio penados por la ley como los discursos homofóbicos. No podemos dejar pasar estas cosas
— Gabriela Cerruti (@gabicerru) October 20, 2022
A representante do governo explicou na publicação que “não podemos normalizar que alguém se expresse de forma leviana de tal forma que apenas procure difamar e desacreditar”. Tudo isso suscitou outro debate baseado nas críticas de líderes da oposição que apontavam que há problemas mais importantes que merecem a intervenção do governo do que o programa de TV.