O último debate do segundo turno das Eleições de 2022, entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), aconteceu nesta sexta-feira (29) na Rede Globo.
De forma geral, Lula destacou os feitos de seus governos, entre 2003 e 2010, e Bolsonaro focou nos ataques ao adversário e aos aliados do candidato petista.
Logo no início, Bolsonaro prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 1.400. Ele chamou de mentirosa a propaganda eleitoral de Lula, que teria dito que Bolsonaro poria fim a benefícios trabalhistas, como horas extras, 13º salário e férias. Lula rebateu, afirmando que uma pesquisa apontou 6.498 mentiras contadas por Bolsonaro durante seu mandato e que aumentou 74% do salário mínimo, enquanto Bolsonaro reajustou o mínimo apenas pela inflação.
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Já o segundo bloco foi marcado por opiniões sobre o aborto. O ex-presidente Lula relembrou uma fala de Bolsonaro, em que ele disse ter considerado o aborto de um dos filhos —a declaração foi dada na época em que o chefe do Executivo era deputado federal, em 2000. “O candidato se lembra desse discurso? Eu vou ver um trecho aqui. Não adianta uma multidão de brasileiros subnutridos sem condições de servir a seu país. Conclui o teu deputado que oferece que seja distribuído pílula de aborto para a sociedade brasileira em 1992, quando era deputado. Falou isso ou não?“, perguntou Lula.
Bolsonaro chamou Lula de abortista e lembrou do caso de Miriam Cordeiro, mãe de uma das filhas do petista Lurian Cordeiro Lula da Silva. Miriam, em 1989, deu uma entrevista afirmando que Lula teria oferecido dinheiro para ela abortar.
Lula, então, respondeu: “Olha, eu só queria dizer pra vocês o seguinte: eu acho que está chegando o momento de a gente discutir alguma coisa com mais seriedade. Eu estou aqui para discutir o seguinte: o que é que a gente vai fazer nesse país. E eu vou começar, a partir do próximo bloco, falar de programa de governo”.
Como era esperado, o caso Roberto Jefferson veio à tona no terceiro bloco do debate. Jefferson está preso após atirar contra policiais federais no último domingo.
Bolsonaro, ao responder sobre Roberto Jefferson, diz que ele mandou prender o aliado. Não foi o presidente: foi decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. #DebatenaGlobo
Presidente passou a semana tentando se desvincular de Jefferson- isso tb pegou para o comitê.
— Andréia Sadi (@AndreiaSadi) October 29, 2022
Vale ressaltar que Lula não caiu nas provocações de Bolsonaro, como aconteceu no debate anterior, em que ficou ‘gastando’ seu tempo para responder aos ataques. Olhou para a câmera e seguiu adiante. Já Bolsonaro focou, em determinado momento, nos eleitores de Minas Gerais e do Nordeste, onde precisa de mais votos.
No último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais. Ao falar com a jornalista Renata Lo Prete, após o debate, Bolsonaro disse que vai respeitar o resultado das urnas. “Não há a menor dúvida. Quem tiver mais voto leva. É isso que é democracia.”