O ministro da Fazenda Fernando Haddad disse que o crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) no primeiro trimestre está em linha com as projeções do Ministério da Fazenda. Embora o número tenha vindo acima de estimativas do mercado financeiro, Haddad pediu cautela e disse que os dados foram inflados pelo desempenho do agronegócio.
Haddad fala em “cautela” sobre crescimento do PIB no 1º tri https://t.co/ZyKUdhDdpr via @Poder360
— Cristina De Luca (@DeLuCa) June 1, 2023
O ministro pediu foco no desempenho da economia em 2024, para que o país possa iniciar o próximo ano criando empregos em um cenário provável de queda de juros.
“Precisamos começar a pensar em 2024 para manter a economia gerando emprego. Precisamos ter clareza de que temos uma oportunidade muito boa, com inflação controlada e juros futuros caindo bastante sensivelmente”, declarou o ministro.
Segundo Haddad, a combinação de emprego e inflação em queda abre uma “janela importante” para o Banco Central (BC) reduzir os juros nos próximos meses. O ministro da Fazenda evitou cravar o momento que considera ideal para que o BC comece a reduzir os juros básicos. Segundo ele, o Ministério da Fazenda está fazendo a sua parte com a aprovação do novo arcabouço fiscal e com o compromisso de reduzir o déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública).
“O esforço fiscal continuará sendo feito até o fim do ano para garantir os resultados do novo marco fiscal. Tudo isso vai se combinando para entrarmos em um ciclo de desenvolvimento sustentável”, acrescentou o ministro.
Haddad disse ter conversado com presidente do Banco Central, Campos Neto, sobre uma possível mudança no regime de metas de inflação.
No próximo dia 29, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá a meta de inflação para 2026 e revelará se mantém as metas para 2024 e 2025, fixadas em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.