A esporotricose, doença – ou micose – que provoca lesões na pele e é causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, está avançando em alguns estados do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
A doença é classificada como zoonose e segue descontrolada, alertou o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Cicotologia da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), que falou sobre o assuno no 23º Congresso Brasileiro de Infectologia, sediado em Salvador.
Além do fungo Sporothrix brasiliensis, outro causador da doença é o Sporothrix schenckii, encontrado em plantas, palhas, fragmentos de vegetais e fibras, vitimando agricultores e demais trabalhadores rurais. “Atualmente, no Brasil, 90% [dos casos] é pelo brasiliensis, a transmissão felina. Cachorros e humanos não transmitem, só gatos”, reforçou Telles, em entrevista à Folha de S.Paulo. Uma pessoa não transmite para outra.
A zoonose já vinha chamando a atenção da comunidade científica em razão da alta nos casos registrados pelo Brasil. Em 10 anos, houve aumento de 162% na taxa de contaminação no estado do Rio de Janeiro: 579 (2013) para 1.518 (2022), segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).
A esporotricose é uma doença causada por fungos da família Sporothrix, que são encontrados na natureza, em materiais orgânicos (espinhos, farpas, gravetos, plantas, terra, palha e madeira). Para que haja contaminação, é preciso ter contato com esses materiais e se lesionar, causando a perfuração da pele.
Os sintomas podem ser uma ferida que não cicatriza e aumenta de tamanho. Ou uma bolinha vermelha, que na sequência apresenta um pontinho de pus, tipo espinha, e a partir daí se forma uma úlcera que pode alargar de tamanho. Ou gânglios periféricos que seguem o caminho linfático.
Os sinais surgem na área do corpo que teve contato com o material contaminado, por isso é mais comum nas mãos, pés, abdome e rosto.
Ainda que sejam transmissores da esporotricose para humanos, os bichanos também são vítimas. Para que os gatos também não sejam contaminados, o melhor é cuidar para que não saiam de casa.
Embora a esporotricose não seja considerada grave, não cuidar pode comprometer ainda mais o organismo, levando a óbito.
Defesa de #MestradoProfissional em #PesquisaClinica: Segunda-feira (25/07), às 14h, Fernanda Prado Roque Ferreira aborda a avaliação de exames e cultura fúngica para diagnóstico da #espotricose felina e canina.
Or.: Rodrigo Menezes e Sandro Pereira.
🌐https://t.co/Mxtre13WmT pic.twitter.com/cKjhDMkvua— INI/Fiocruz (@inifiocruz) July 22, 2022