polarização

“Eleitores argentinos optaram pelo ‘menos desconhecido’ ao invés de mudanças radicais”, diz especialista

A cientista política Denilde Holzhacker analisou os resultados do primeiro turno das eleições na Argentina, e o que representam para o cenário político do país

A cientista política Denilde Holzhacker analisou os resultados das eleições na Argentina, e o que representam para os eleitores do país.
Sergio Massa e Javier Milei disputarão o segundo turno no dia 19 de novembro. (Crédito: Reprodução)

A sensação geral do público argentino – e internacional – diante dos resultados das eleições no último domingo (22) foi de surpresa. Em maior ou menor grau, o triunfo de Sergio Massa sobre Javier Milei foi descrito como “inesperado“: o candidato do partido ‘Unión por La Patria’ recebeu 36,68% dos votos de eleitores, enquanto o representante do ‘La Libertad Avanza’ teve 29,98%. A expectativa era de que o economista de extrema-direita saísse na frente.

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Outro ponto surpreendente foi a baixa capacidade eleitoral da Patricia Bullrich, uma candidata da direita moderada, ligada ao ex-presidente Mauricio Macri“, ponderou a cientista política Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da ESPM-SP.

Segundo a especialista, isso demonstra que, apesar das criticas e da baixa popularidade do presidente Alberto Fernández, os eleitores optaram pela continuidade e pelo “menos desconhecido” ao invés de mudanças radicais. “O Milei representa uma posição muito disruptiva, propõe mudanças radicais na politica e na economia argentina, incluindo a atuação do governo em diversas agendas“, detalhou.

Outro aspecto importante, de acordo com Holzhacker, é para onde serão direcionados os votos de eleitores de Patricia Bullrich, que serão cruciais para o segundo turno: o eleitor da direita vai pender para o candidato peronista ou para o da extrema-direita?

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O que podemos supor é que vai permanecer uma grande incerteza na Argentina, uma eleição bastante polarizada e com possibilidades de mudança, ainda. As chances maiores são de que Massa seja o candidato eleito, considerando sua trajetória de ascensão no processo eleitoral e por ter saído à frente no primeiro turno“, avaliou.

Do outro lado, porém, ainda há alguma chance de que Milei consiga ampliar seu eleitorado e conquistar uma possível vitória, mesmo que o quadro seja mais favorável para Massa no momento. “O segundo turno representa uma nova campanha, novos processos e um novo tipo de mobilização do eleitor. Teremos que aguardar os resultados em novembro“, afirmou a cientista política.

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