Final de ano chegando e não sei se sou só eu, mas parece que esse ano mal começou e já está chegando ao fim. Parece que o tempo deu uma encurtada e o cansaço e estresse mental aumentou. A pandemia de covid-19 também teve sua parcela nessa questão do estresse, tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que 60% da população mundial sofre com fadiga pandêmica. Sendo assim, desacostumamos a relaxar.
O ano de 2023 tem sido aquele em que se chego ao final do dia e só penso na minha cama, isso quando dá tempo de chegar até ela, já que perdi o número de vezes que capotei pelo sofá mesmo. E esse não tem sido um acontecimento exclusivo meu, a grande maioria se sente assim, esgotada!
O problema é que mesmo sabendo que a fadiga mental deveria ser evitada, não conseguimos muito escapar dessa situação. O nosso cérebro parece estar sempre em alerta, seja em casa, no trabalho ou até mesmo no horário do “relax” com os amigos na rua. Mesmo na hora do lazer, estamos com a cabeça antenada em tudo que acontece por medo de sermos assaltados, por exemplo. Difícil fugir do esgotamento, não é?
Lapsos de memória, mau-humor constante, dores de cabeça e musculares, problemas cardiovasculares, depressão, perda de libido, perda de fome ou fome constante, insônia ou sono fragmentado, ou sono excessivo e até diabetes são algumas das respostas desse clima tenso constante, já que corpo e mente estão conectados, precisando um do outro para ter disposição, motivação e autoestima.
O que é a fadiga mental?
A fadiga mental é um estado de estafa cerebral que esgota a energia destinada às atividades diárias, onde sentimos que ultrapassamos nossos limites e que não temos mais recursos mentais, nem emocionais para enfrentar desafios. Ela pode até ser normal quando realizamos tarefas que exigem nossa dedicação e concentração extremas, como, por exemplo, a realização de uma prova, de uma entrevista de emprego, uma apresentação no trabalho, aquela conversa de rompimento de relacionamento, etc. Estranho seria se passasse por alguma dessas situações sem cansar! Quando conseguimos passar por estas situações e nos recuperar, tudo bem, mas manter o cansaço do cérebro e ter isso como um padrão levará ao adoecimento mental e físico.
Apesar de estarmos convencidos de que a fadiga mental quase sempre é consequência do trabalho excessivo – o que não deixa de ser uma verdade – ainda há outros meios que nos prejudicam tanto quanto e muitas vezes nem reparamos. E quais são?
Bombardeio de estímulos e informações
Imagina que além da carga de responsabilidades diárias, no trabalho ou mesmo em casa, ou ainda na sua própria demanda pessoal, você vive conectado nas redes sociais ou mesmo na TV com uma avalanche de informações e estímulos. Não há como recarregar energias se não desligar o “turn on”.
Extensão do trabalho
Se por um lado o home office foi benéfico, por outro, na maioria das vezes, ele acaba rompendo a barreira entre sua vida pessoal e o trabalho e faz com que muitas vezes se renuncie as atividades pessoais em prol da produtividade. Essa falta de pausas tende a esgotar os recursos mentais, o que gera ainda menos produtividade e mais cansaço. Um tiro no pé.
Excesso de telas
Não é preciso dizer que essa dependência de telas, seja do smartphone, notebook ou tablets virou necessidade – ou será um costume? Parece que precisamos estar eternamente conectados ao mundo. Isso gera um esgotamento mental e um acúmulo de informações e imagens que custam um preço alto.
Distúrbios mentais e emocionais
Ansiedade, depressão e síndrome do pânico são transtornos que desequilibram o sistema nervoso central, tendo como efeito a fadiga mental. E o contrário também acontece. Um indivíduo com síndrome do pânico, por exemplo, evitará contato com o próximo, o que prejudicará seu trabalho, sua vida pessoal, etc. Tendo como resposta mais fadiga mental. O burnout pode ser definido como esgotamento generalizado, relacionado ao excesso de trabalho e despersonalização do paciente.
Sobrecarga de preocupações
É natural se preocupar diante de situações novas ou ameaças ao mundo, porém, sofrer com esses pensamentos de forma recorrente é motivo para acender o sinal de alerta. O medo excessivo, assim como a preocupação, levam a queda da disposição e energia, resultando em fadiga mental.
Diferença entre cansaço físico e mental
Enquanto o cansaço físico surge com uma tarefa física extenuante que geralmente é recuperado com repouso ou mesmo uma boa noite de sono, a fadiga mental surge com as atividades que exigem esforço mental ou emocional, podendo, como citei, incluir sintomas físicos.
Diferente da fadiga física, a fadiga mental só melhora quando nos desligamos das preocupações ou quando nosso cérebro diminui a velocidade dos pensamentos, para então amenizar o trabalho dos neurônios.
Buscando diminuir o impacto do cansaço mental, alguns fitoterápicos podem lhe ajudar muito, mas mesmo com essa ajuda extra, é preciso rever alguns costumes. Para melhorar a fadiga, posso dizer que a questão é muito mais sobre abandonar alguns velhos hábitos do que incluir novos. Para saber mais sobre os fitoterápicos que freiam os efeitos negativos do estresse no corpo, clique aqui.
Dicas fundamentais para aliviar e prevenir a estafa cerebral
A já tão falada e estudada prática de exercícios físicos continua sendo uma das melhores tomadas de decisão para a melhora da sua fadiga mental. O gasto calórico relacionado ao trabalho muscular pode entrar em sincronia com a nossa preocupação e nosso gasto relacionado a nossa concentração mental. Isso faz com que esse balanço seja mais equilibrado.
Além disso, com o exercício físico, liberamos endorfinas que estão relacionadas à sensação de bem-estar, reduzindo o estresse e até mesmo a dor. Confira as dicas:
• Quando estiver realizando uma tarefa, não a interrompa com mensagens e e-mails. Seja iniciativo e finalize o que propôs.
• Mesmo que você acreditar que ninguém vai dar conta do recado, delegue funções. Você terá menos trabalho e mais tempo para se concentrar em uma coisa de cada vez.
• Diminuir o ritmo é importante. Não concentre tantas tarefas. Você não é o responsável por tudo. Ir mais devagar permite que você olhe com mais atenção ao percurso e não perca a paisagem.
• Resolva as tarefas mais importantes primeiro, uma de cada vez. Um passo de cada vez resulta em menos sobrecarga.
• Bloqueou? Está se sentindo travado para a finalização de uma tarefa? Tente manter a mente aberta, permita um “break” para o momento presente, observe o que está ao seu redor e respire. Tome um chá, um café, converse com os colegas, com os amigos e volte com um novo olhar. Mas não pule para a próxima tarefa. Se dê uma chance e finalize essa com um novo olhar.
• A meditação sempre será uma das atividades mais indicadas, ativando endorfinas para a sua mente, reduzindo o estresse, melhorando o sono, diminuindo a dor, melhorando a autoestima e a depressão. Além disso, a meditação desperta uma nova perspectiva sobre o problema, fazendo com que o monstro não seja assim tão difícil de ser derrotado.
• E finalmente, mas talvez a mais importante dica: se você acha que não está dando conta, se sente que o cansaço é uma via única desfiladeiro abaixo, busque ajuda profissional especializada. Reconhecer os sinais de que a saúde mental não vai bem é o primeiro passo para sua melhora.
O post Fadiga mental: o que nos leva ao cansaço da mente e como driblá-lo? apareceu primeiro em Bons Fluidos.