A guarda costeira da China abordou nesta segunda-feira, 19, um barco turístico de Taiwan que navegava nas águas entre o continente chinês e as ilhas Kinmen, pertencente à Taipei, e aumentou ainda mais as tensões regionais entre Pequim e Taipei. O caso acontece dias depois de dois pescadores chineses morrerem afogados enquanto eram perseguidos pela guarda costeira taiwanesa, que acusou o barco de invasão.
A balsa taiwanesa King Xia transportava 11 tripulantes e 23 passageiros em um passeio pela ilha principal de Kinmen quando foi interceptada por dois navios de patrulha da guarda costeira chinesa. Seis oficiais embarcaram no King Xia e pediram para inspecionar a documentação da tripulação, antes de desembarcar cerca de 30 minutos depois, disse a Autoridade da Guarda Costeira de Taiwan (CGA). Logo depois, uma patrulha da guarda costeira de Taiwan chegou para escoltar o King Xia de volta ao porto.
Kinmen é território taiwanês, mas fica a poucos quilômetros do continente chinês. Declarações da CGA e de autoridades taiwanesas sugerem que o King Xia se desviou ligeiramente do curso – o que, segundo a CGA, era para evitar cardumes na área. As autoridades da ilha também disseram que navios turísticos chineses e taiwaneses muitas vezes cruzam acidentalmente para as águas do outro lado, mas que a CGA não tenta embarcar em barcos chineses por entender como acidental. Eles pediram às autoridades chinesas que “mantenham a paz e a racionalidade”.
A chefe do Conselho de Assuntos Oceânicos de Taiwan, Kuan Bi-ling, disse nesta terça-feira (20) que as ações da guarda costeira chinesa “desencadearam pânico” entre os taiwaneses. “Barcos como esses não são ilegais”, disse ela.
O Departamento Marítimo e Portuário de Taiwan instou os navios taiwaneses a recusarem futuros pedidos da guarda costeira chinesa para embarcar para inspeção e, em vez disso, a notificar imediatamente a CGA.
O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, disse na terça-feira que os militares não iriam “intervir ativamente” no incidente, para não aumentar ainda mais as tensões. “Vamos tratar do assunto pacificamente”, disse.
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