Somos o país mais ansioso do mundo. E no ranking da depressão também não estamos tão longe do pódio. Por isso, hoje quero trazer aqui um tema de extrema importância: a saúde mental e como as doenças da mente surgem.
Por que temos depressão? Por que temos ansiedade? Síndrome do pânico? Por que sofremos com as doenças da nossa mente?
No meu consultório, essas perguntas sempre aparecem, e, no fim, a resposta é tão parecida quanto quando me perguntam de uma doença qualquer. E eu sempre digo o mesmo: o mecanismo que leva à doença mental não difere substancialmente do processo que ocasiona doenças no corpo.
Doenças da mente estão relacionadas à genética?
É importante considerar a interação de dois fatores fundamentais: o fator biológico e o fator ambiental. Estudos recentes têm destacado uma associação significativa entre predisposição genética e o desenvolvimento de condições psiquiátricas, incluindo depressão e ansiedade. Evidências ainda indicam a presença de genes associados a diversas doenças psiquiátricas, sugerindo uma herança predisposta dessas condições.
Assim como baixa imunidade que, combinada com o contato com um vírus, pode resultar em gripe, os fatores biológicos que “diminuem” a imunidade mental – como histórico familiar de depressão ou ansiedade – podem aumentar a suscetibilidade a essas condições.
Estilo de vida e as doenças da mente
Além dos fatores biológicos, o estilo de vida também é muito importante no desenvolvimento da depressão. Uma vida estressante, exposição constante a ambientes urbanos, falta de lazer, mudanças significativas na vida, traumas, preocupações, tristezas e distúrbios do sono são todos elementos que podem contribuir para a manifestação da depressão.
A interligação desses fatores, conforme evidenciado por pesquisas recentes, ressalta a complexidade e a interconexão entre elementos biológicos e ambientais no desenvolvimento de doenças mentais.
Além da análise genética e ambiental, é vital considerar os avanços na compreensão das bases neurobiológicas da depressão. Estudos neurocientíficos têm revelado alterações em neurotransmissores, como a serotonina, dopamina, glutamato, alterações hormonais do eixo hipotálamo hipófise adrenal e teorias sobre citocinas inflamatórias no desenvolvimento de depressão entre outros, como fatores contribuintes para os quadros depressivos.
Cuide-se!
Portanto, é crucial cuidar tanto da saúde do corpo quanto também do meio ambiente e cotidiano. A saída para as doenças mentais não está apenas em uma pílula e também não está apenas nas mudanças ambientais. A grande saída é a junção dos dois, já que depressão e ansiedade são, sim, alterações neuroquímicas que merecem, muitas vezes, a intervenção medicamentosa.
Portanto, é importante aliar os tratamentos adotando hábitos de vida saudáveis, realizando check-ups médicos regulares e incorporando práticas que promovam o bem-estar emocional.
Não se negligencie! Cuide-se! Adote hábitos de vida saudáveis, faça check-ups médicos regulares, alimente-se de maneira equilibrada, pratique exercícios físicos, desfrute da vida, mantenha equilíbrio entre obrigações e momentos de lazer, viaje, compartilhe momentos agradáveis com entes queridos, valorize amigos e família e dê importância ao que lhe proporciona prazer!
Mantenha contato com a natureza e empenhe-se em manter a saúde mental com pensamentos positivos e controle da ansiedade.
*Matéria publicada originalmente em Bons Fluidos