Com mais de 40 anos de trabalho com estratégia política, Antoni Gutiérrez-Rubí já foi responsável por diversas campanhas em alguns países. Assim, sabe, como poucos, as estratégias por trás de cada candidato e, ainda, como aproveitar o melhor que cada um tem a oferecer.
Sua experiência está reunida em diversas obras ainda não disponíveis em português. Em La Fatiga Democrática (Ou, em tradução livre, ‘Fadiga Democrática‘) ele consegue explicar as raízes da polarização que observamos nos dias de hoje. Em entrevista concedida ao Grupo Perfil Brasil ele afirma que a polarização pode ser instrumento político: “Isso não é um fenômeno brasileiro. Acontece em todo o mundo. A polarização pode ser útil para o debate político e ruim para a democracia e para a sociedade”, afirma.
Desta forma, segundo Antoni, este jogo “transforma o adversário em alguém ‘do mal’, em uma pessoa má, que tem um projeto que é ruim para o país… Isso acabou se transformando em uma forma de fazer política. Transforma o adversário em um inimigo.”
Muito deste cenário político tem a ver com a falta de respostas concretas para problemas complexos. “Assim, surgem os chamados ‘outsiders’ com respostas rasas e atalhos que podem ser atraentes, mas não são soluções.”
Antoni explica o avanço da extrema-direita
Pergunto, por fim, se nomes como Javier Milei, Donald Trump, Jair Bolsonaro e Giorgia Meloni seriam, portanto, representantes desta forma de fazer política e cativar multidões: com respostas (e soluções) contundentes, ‘rasas’ e rápidas.
“Apresentaram propostas que fizeram parte da população parar e ouvir o que eles têm a dizer. Oferecem atalhos. Porém, motosserra e armas podem dar a impressão de que vão resolver problemas de forma mais traumática e rápida do que um bisturi ou um lápis, mas não são soluções verdadeiras nem inclusivas.”
Confira a entrevista completa!
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