"motosserra"

Milei anuncia demissão de 70 mil funcionários públicos

Se o presidente argentino cumprir com a decisão divulgada, 120 mil servidores públicos terão sidos demitidos durante o seu mandato

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Javier Milei quer demitir 70 mil funcionários públicos argentinos para cortar gastos – Créditos: Reprodução

O presidente argentino Javier Milei confirmou que encerrará o contrato de 70 mil funcionários públicos em um evento ocorrido na noite desta terça-feira (26).

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Durante o Fórum Econômico Internacional das Américas (IEFA), realizado no hotel Four Seasons em Buenos Aires, ele fez um discurso sobre as próximas medidas do país. Entre elas, estão a política déficit zero e o corte brusco de gastos governamentais.

“Quando uma pessoa se depara com uma situação macroeconomia desequilibrada, o crescimento torna-se difícil – diria que quase impossível”, afirmou o político. De acordo com ele, a Argentina “vive há mais de 20 anos sob um regime populista selvagem, que levou à destruição do capital e da produtividade”. Na perspectiva de Milei, isso explica a situação “absolutamente miserável” do país.

“O populismo não é de graça, os salários médios nos anos 90 eram de US$1800 e, se ajustados pela inflação americana, deveriam ser de US$3000. Hoje, com sorte e exagerando, poderíamos dizer que estão em torno de US$600. Nós, argentinos, nesta aventura populista perdemos 80% da nossa renda”, afirmou.

Próximos passos

Milei explicou as primeiras ações do seu mandato dizendo que era fundamental acabar com a emissão monetária. Assim, o governo preveniria o aumento de preços e uma eventual hiperinflação. “Junto com a desvalorização, decidimos seguir a política de déficit zero depois de pagar os juros. Isso significa que a dívida não cresce mais e a relação de dívida/produto não aumenta. A consequência é que baixa o risco do país e a taxa de juros também diminui”, acrescentou.

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O presidente argentino também afirmou ainda que há muito “liquidificador” e muito mais “motosserra”. Em seu discurso, citou o encerramento completo das obras públicas, feito do qual se orgulha porque “são uma fonte de corrupção e roubo à qual todas as pessoas deveriam se opor”. Além disso, lembrou que já dispensou 50 mil funcionários públicos, e confirmou irá demitir mais 70 mil servidores.

Repercussão entre os funcionários

Em resposta ao anúncio de Milei, a Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) anunciou que fará uma greve nacional. O secretário geral da organização, Rodolfo Aguiar, fez uma advertência ao presidente em suas redes sociais: “Você não vai poder demitir 70 mil trabalhadores públicos como gostaria. Hoje, os protestos multiplicaram-se por todo o país e os conflitos no Estado continuarão a aumentar”, escreveu.

O líder sindical afirmou que os servidores farão um plano de luta para impedir demissões “ilegais e injustificadas” na administração pública. ”

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“Querem nos encurralar para que defendamos o emprego e não falemos do fato de estarmos enfrentando o maior reajuste salarial dos últimos tempos e, com ele, a grave deterioração de todas as condições de vida dos trabalhadores e aposentados. Vamos continuar lutando e multiplicando os protestos”, concluiu.

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