Por Paloma Herginzer

Bullying e discriminação com os autistas: uma realidade que precisamos mudar

O bullying pode ter consequências graves à saúde mental e emocional das vítimas, como ansiedade, depressão, baixa autoestima e até mesmo, ideação suicida

Segundo o IBGE, mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram já terem sido vítimas de bullying, por meio de provocações ou intimidações
Segundo o IBGE, mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram já terem sido vítimas de bullying, por meio de provocações ou intimidações – Crédito: Canva Fotos

No Brasil, segundo o IBGE, mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram já terem sido vítimas de bullying, seja por meio de provocações ou intimidações. Já em uma pesquisa canadense, o cenário é ainda mais preocupante: 77% das crianças com autismo relataram ter sofrido bullying no ambiente escolar. Esses números comprovam a urgência de ações para combater essa prática cruel e prejudicial. O bullying pode ter consequências graves à saúde mental e emocional das vítimas, como ansiedade, depressão, baixa autoestima e até mesmo, ideação suicida. No caso das crianças autistas, que já enfrentam desafios específicos, o impacto do bullying pode ser incurável.

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É necessário promover campanhas de conscientização sobre o bullying, desmistificando mitos e preconceitos, além de educar a sociedade sobre a importância da empatia, do respeito e da inclusão. A realização de campanhas nas escolas, empresas, comunidades e mídias para desmistificar mitos e preconceitos sobre o autismo, promovendo o respeito à neurodiversidade são ações que devem acontecer anualmente na sociedade.

Recentemente, celebramos o Dia Internacional do Orgulho Autista (18/06) um marco fundamental para celebrar a neurodiversidade, combater o bullying e a discriminação, além de defender os direitos das pessoas autistas. Essa data foi criada em 2005, pela organização americana Aspies for Freedom. O objetivo é fortalecer o movimento da neurodiversidade e esclarecer que o autismo não é uma doença, mas sim, uma condição. Mais que uma comemoração, o Dia do Orgulho Autista é um chamado à ação, uma oportunidade para desmistificar mitos, combater preconceitos e conscientizar a sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Celebrar a neurodiversidade significa reconhecer e valorizar as diferenças neurológicas. Significa entender que o autismo não é uma falha, é uma forma diferente de perceber e interagir com o mundo. Pessoas autistas possuem habilidades, talentos e perspectivas únicas que podem contribuir, significativamente, para a sociedade. É importante que essas habilidades sejam reconhecidas e valorizadas e que as pessoas autistas tenham oportunidades de alcançar seu pleno potencial.

É um momento para reconhecer as contribuições únicas que esses indivíduos oferecem à sociedade, além de promover a inclusão e a aceitação em todos os âmbitos. O autismo, espectro de condições neurodiversas que impactam a maneira como as pessoas percebem o mundo, se comunicam e interagem com os outros, ainda é envolto em mitos e preconceitos. Essa realidade sombria se traduz em situações cruéis de bullying e discriminação contra indivíduos autistas, que sofrem com ataques verbais e físicos, exclusão social, microagressões e barreiras institucionais.

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Precisamos nos atentar para a importância da capacitação de professores e demais profissionais nas escolas para que possam identificar sinais de bullying e criar ambientes inclusivos nas escolas, promovendo a participação e o respeito à diversidade. É importante prevenir e combater o bullying, tanto nas escolas, quanto em outros ambientes. O bullying é um problema sério que pode ter consequências devastadoras na vida das pessoas com autismo. Como cidadãos, temos o dever de trabalhar contra essa prática, construindo uma sociedade mais inclusiva onde todos sejam respeitados e valorizados por suas diferenças.

*Paloma Herginzer possui licenciatura em Educação Física e é especialista em Educação Especial e Novas Tecnologias, professora e tutora dos cursos de pós-graduação na área de Educação na UNINTER.

**Esse texto não reflete a opinião de Perfil Brasil

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