O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso, na manhã desta sexta-feira (28), em Madri, na Espanha. Gutierrez tinha um mandado de prisão em seu nome expedido pela Justiça brasileira desde quinta-feira (27), e era considerado foragido.
A Polícia Federal (PF) iniciou ontem a Operação Disclosure, que mirou em 15 mandados de busca e apreensão contra ex-executivos do grupo. A 10ª Vara Federal Criminal também determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.
Gutierrez, especificamente, é acusado de envolvimento em fraudes contábeis no balanço da empresa, “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”. O homem havia se mudado para a Espanha desde 2023, ano em que o escândalo veio à tona. A polícia espanhola foi responsável pela prisão porque o ex-empresário teve seu nome incluído na lista de difusão vermelha, também conhecida como lista de foragidos internacionais da Interpol.
Ainda de acordo com o inquérito da PF, o executivo tentou blindar seu patrimônio antes que a fraude fosse exposta. Quem compartilhou o rombo foi Sergio Rial, empresário que assumiu seu cargo como diretor da varejista. não era da sua equipe. Ele se demitiu do cargo depois de somente dez dias, e anunciou “inconsistências contábeis” originalmente estimadas em R$ 20 bilhões.
Nos pedidos de prisões contra os ex-diretores, a PF escreveu que o grupo não “media esforços para enganar o mercado financeiro”. A prática era esconder resultados negativos, garantir lucros aos diretores e se utilizar de benefícios fiscais.
“Documentos e planilhas eram falsificados, dívidas contraídas com os bancos eram escondidas do balanço e créditos inexistentes eram criados e lançados na contabilidade da companhia”, diz o inquérito.
Além de buscas nas residências dos ex-diretores, o ex-CEO da Americanas e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali foram alvo de pedidos de prisão. Ele estava na Espanha e ela em Portugal.
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