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Quem é o repórter americano preso acusado de espionagem pela Rússia?

Este caso marca a primeira acusação de espionagem contra um jornalista norte-americano na Rússia desde a Guerra Fria

Um tribunal russo condenou o repórter norte-americano Evan Gershkovich a 16 anos em uma colônia penal de segurança máxima por espionagem. O veredicto, anunciado nesta sexta-feira (19), foi classificado pelo Wall Street Journal como "uma condenação vergonhosa e falsa".
Evan Gershkovich ouviu o veredicto em uma gaiola de vidro – Créditos: X/Reprodução

Um tribunal russo condenou o repórter norte-americano Evan Gershkovich a 16 anos em uma colônia penal de segurança máxima por espionagem. O veredicto, anunciado nesta sexta-feira (19), foi classificado pelo Wall Street Journal como “uma condenação vergonhosa e falsa”.

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Gershkovich, de 32 anos, negou qualquer irregularidade. Ele foi a julgamento em Yekaterinburg no mês passado, acusado de tentar obter informações sensíveis sobre uma fábrica de tanques. Este caso marca a primeira acusação de espionagem contra um jornalista norte-americano na Rússia desde a Guerra Fria.

A prisão de Gershkovich em março de 2023 provocou a saída de muitos correspondentes ocidentais de Moscou. O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que o repórter foi detido injustamente: “Estamos pressionando fortemente pela liberação de Evan e continuaremos a fazê-lo”, afirmou Biden. “Jornalismo não é um crime.”

Durante a audiência, Gershkovich, vestido com uma camiseta e calças pretas, ficou em uma gaiola de vidro enquanto ouvia o veredicto por quase quatro minutos. Questionado pelo juiz se tinha alguma pergunta, ele respondeu “Nyet” (não, em russo). O juiz Andrei Mineyev afirmou que os 16 meses já cumpridos desde a prisão contarão para a sentença de 16 anos. Mineyev ordenou ainda a destruição do celular e do caderno de Gershkovich. A defesa tem 15 dias para apelar.

O Wall Street Journal criticou duramente a decisão: “Essa condenação vergonhosa e falsa ocorre após Evan ter passado 478 dias na prisão, detido injustamente, longe de sua família e amigos, impedido de reportar, tudo por fazer seu trabalho como jornalista”. O jornal prometeu continuar pressionando pela liberação de Gershkovich e apoiar sua família: “Jornalismo não é um crime, e não descansaremos até que ele seja libertado. Isso deve acabar agora”.

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Pjotr Sauer, repórter do Guardian, expressou indignação no X: “A Rússia acabou de condenar um homem inocente a 16 anos em uma prisão de alta segurança. Não tenho palavras para descrever essa farsa. Vamos tirar Evan de lá”.

Este julgamento, o terceiro da série, foi em grande parte fechado para a mídia, alegando segredo de estado. A rapidez do julgamento aumentou especulações sobre uma possível troca de prisioneiros entre EUA e Rússia, envolvendo Gershkovich e outros americanos detidos na Rússia.

O Kremlin não comentou sobre uma possível troca. Entre os presos que a Rússia gostaria de libertar está Vadim Krasikov, condenado na Alemanha por assassinato.

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Quem é Evan Gershkovich?

Gershkovich, contratado pelo Wall Street Journal pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, estava reportando sobre a Rússia há mais de cinco anos. Ele é fluente em russo, filho de emigrantes que deixaram a União Soviética durante a Guerra Fria.

Detido em 29 de março de 2023, Gershkovich foi transferido para Moscou, onde permaneceu preso em Lefortovo. Os promotores alegaram que ele estava obtendo informações para a CIA sobre uma empresa russa que fabrica tanques para a guerra na Ucrânia. Gershkovich negou as acusações, mas os promotores pediram uma sentença de 18 anos.

O presidente Vladimir Putin declarou que a Rússia está aberta a uma troca de prisioneiros envolvendo Gershkovich, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que Washington trabalha diariamente para trazer Gershkovich e outros americanos de volta para casa.

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