Três colegas de trabalho acabaram sendo salvos pelo atraso de um carro de transporte que os levaria ao aeroporto. Os passageiros iriam embarcar no voo da empresa VoePass, que caiu na tarde desta sexta-feira (9) na cidade de Vinhedo. Vindo de Cascavel, no Paraná, o avião tinha como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A aeronave carregava 58 passageiros e quatro tripulantes. Não há sobreviventes.
Antes de embarcar
Izael de Souza Silva, José Felipe Araújo Lima e Enilton dos Santos da Silva estavam em Cascavel para acompanhar a construção de estruturas metálicas em uma obra de construção civil. Izabel disse que houve uma falha de comunicação entre a empresa, o serviço, e o motorista responsável pelo transporte que os impediu de embarcar. “Foi o destino! A impressão que dá é que não era a nossa hora”, disse.
Similarmente, José Felipe explicou que o avião já estava pronto para embarcar quando chegaram ao aeroporto. “Todos os passageiros que embarcaram já haviam despachado as malas e não conseguimos fazer o check-in a tempo. Nós ainda estávamos no aeroporto quando soubemos da queda. Nascemos novamente”, contou.
Queda do avião
Um avião da Voepass caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9). O Corpo de Bombeiros foi acionado para verificar a ocorrência. A Prefeitura de Vinhedo confirmou que não há sobreviventes.
No avião estavam 58 passageiros e 4 tripulantes. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), trata-se de um modelo turboélice de passageiros chamado ATR-72. Sete viaturas da equipe de bombeiros foram ao local.
A aeronave deveria ter pousado às 13h50 no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Entretanto, os bombeiros informaram que o avião caiu na Rua Cristã de Galo, 79, em um condomínio residencial fechado.
Investigação
A companhia aérea tem responsabilidade civil para com a família das vítimas.
Especialistas em aviação explicam que uma das hipóteses da queda pode ser congelamento de partes da aeronave por questões meteorológicas. Celso Faria de Souza, engenheiro mecânico-aeronáutico, explica que no local onde o avião estava havia a previsão de formação de gelo. “Aeronaves como o modelo ATR-72 possuem um sistema que impede a formação de gelo, chamado DE-Ice”.
Este sistema, segundo Souza, funciona como se fosse um “balão”. Ele, que também é perito criminal do estado de Goiás com especialização em acidentes aéreos, esclarece que “o balão está colado na ponta da asa. Quando o gelo começa a se formar, o sistema é ligado e o balão infla, quebrando, assim, a camada de gelo”.
Souza, porém, ponderou que ainda é cedo para afirmar quais as razões para a queda. “O que pode ter acontecido é o sistema não ter sido ligado, ou ainda, o balão podia conter furos”, disse, o que impossibilitaria o pleno funcionamento do DE-Ice.
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