O apresentador José Luiz Datena, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB, foi o convidado do Roda Viva desta segunda-feira (12). De tarifa zero no transporte público ao motivo por trás de sua popularidade entre o eleitorado de baixa renda, respondeu às perguntas dos jornalistas.
A bancada de entrevistadores foi composta por Carlos Petrocilo, repórter da Folha de S.Paulo, Fabíola Cidral, apresentadora do UOL, Fernando Andrade, jornalista da Rádio CBN, Joyce Ribeiro, apresentadora do Jornal da Tarde, da TV Cultura, e Marcelo Godoy, repórter especial e colunista de O Estado de S.Paulo. O cartunista Luciano Veronezi ilustrou a entrevista em tempo real.
Passagem de ônibus
A tarifa do transporte sobre trilhos, de responsabilidade do governo estadual, subiu em 1º de janeiro deste ano. O valor passou R$ 4,40 para R$ 5 e, no caso de bilhetes com desconto, de R$2,20 para R$2,50. Já o valor do bilhete nos ônibus na capital paulista, administrados pela prefeitura, não teve acréscimo, e se tornou gratuito aos domingos.
Sobre a possibilidade de aumentar o valor cobrado, Datena disse: “O transporte público é muito rentável. Com certeza esses caras vão ganhar dinheiro mesmo que mantenha o preço da passagem durante um bom tempo, abaixo da inflação. São R$5 bi de subsídios, para que? Isso é de uma injustiça enorme”.
Representatividade para Datena
O apresentador também garantiu que, se for eleito, irá lutar pela presença de mulheres em cargos internos. “Isto é promessa, não é divida. Tem que ter mulher no governo. Eu aceitei sair do PDT para ser vice da Tabata [Amaral], porque eu acho que a Tabata é uma menina brilhante”.
Quando questionado sobre o motivo pelo qual a parceria com Tabata não deu certo, o candidato respondeu que mudou de ideia junto com o seu partida. “Eles decidiram com o partido que na realidade ela poderia ganhar tempo de televisão numa composição com o PSDB. A partir do momento que eu fui para o PSDB, recebi um convite legítimo de como integrante e ativo do partido, baseado em pesquisas, que eu tinha potencial para ser eleito prefeito de São Paulo“.
Pessoas de baixa renda
De acordo com o Datafolha, o maior percentual de votação de Datena nas pesquisas está no eleitor de baixa renda. Entre quem ganha até dois salários mínimos, ele concentra 18% dos votos. No universo geral do eleitorado, tem 14% de intenção de voto.
Para Datena, o fenômeno não está relacionado com seu trabalho de apresentador. “O meu governo não vai ser para pobre. Vai ser para todos. Se eu tenho um eleitorado maior entre as pessoas de baixa renda, é também uma coisa relativa. Eu tenho o maior orgulho que as pessoas de baixa renda assistam o meu programa e gostem do meu programa”.
Em relação a medidas voltadas para a população de baixa renda, o entrevistado citou a doação de terrenos desapropriados de periferias que, segundo ele, além de providenciar moradia, podem gerar emprego com a mão de obra local.
Chapa Datena e Boulos
“O Boulos me convidou para ser vice dele na época”, afirmou Datena. “Já recebi convite em outras épocas também”. Ainda assim, negou que o candidato do PSOL fosse sua primeira opção.
A apresentadora Fabíola Cidral relembrou um vídeo vazado em que Datena aparece conversando com Guilherme Boulos e o encoraja a “peitar o presidente Lula” para fazer a chapa acontecer.
Datena explicou que se trata de um princípio democrático, ao invés de questões ideológicas. “As pessoas boas estão na direita, na esquerda, estão no centro, tanto faz. Mas as minhas ideias são completamente antagônicas a do Boulos e às do PT, principalmente as do PT hoje”.
“Se ele me convidou para ser vice dele, e foram duas vezes, é porque ele aceita o princípio do contrário. Mas eu não pretendo apoiar ninguém, eu prefiro ganhar a prefeitura de São Paulo”, concluiu.
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