Possível La Niña no final de 2024 pode desencadear mudanças climáticas dramáticas!

Um resfriamento incomum no oceano Atlântico pode alterar a temporada de furacões e os padrões climáticos, impactando regiões como o Sahel, África, o Golfo da Guiné e o Nordeste da América do Sul.

Possível La Niña no final de 2024 pode desencadear mudanças climáticas dramáticas!
Possível La Niña no final de 2024 pode desencadear mudanças climáticas dramáticas! – Crédito: Divulgação/NOAA

Nos últimos meses, a comunidade meteorológica tem acompanhado de perto a possibilidade de um evento de La Niña, com o resfriamento das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial. O fenômeno, apesar de ainda incerto, poderia trazer mudanças significativas no clima mundial. Segundo o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), publicado no início desta semana, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste está em 0,0ºC, em total neutralidade.

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Essa condição de neutralidade deve se manter nas próximas semanas, sem expectativa imediata de um evento de La Niña. Contudo, a NOAA estima uma probabilidade de até 72% de La Niña no final de 2024.

La Niña no Pacífico: O que esperar?

De acordo com os especialistas, existem dois possíveis cenários para os próximos meses:

  • Um evento de La Niña muito fraco e de curta duração entre a primavera e o verão.
  • O Pacífico manterá sua neutralidade, com anomalias de temperatura próximas aos valores de La Niña, mas sem caracterizar o fenômeno.

O que é a La Niña do Atlântico?

Enquanto o Pacífico atrai grande atenção, o Atlântico também pode experimentar fenômenos climáticos semelhantes. A La Niña Atlântica é menos conhecida, mas pode ter impactos regionais significativos. Este fenômeno ocorre quando as temperaturas da superfície do mar no Atlântico Equatorial Leste apresentam anomalias frias substanciais devido a oscilações no modo zonal do Atlântico.

Normalmente, as águas do Atlântico Equatorial Leste são mais quentes na primavera e mais frias no verão, devido aos ventos que trazem água fria das profundezas do oceano para a superfície. Este processo, conhecido como ressurgência equatorial, pode criar uma “língua” de águas frias durante meses de verão. Quando essas anomalias excedem ±0,5 graus Celsius por um período prolongado, um evento de La Niña Atlântica é declarado.

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Como a La Niña Atlântica afeta o clima?

Embora o resfriamento no Atlântico não tenha o mesmo impacto global que uma La Niña no Pacífico, ainda pode influenciar o clima regional de maneira significativa. Aqui estão alguns efeitos documentados:

  • Redução de chuvas na região do Sahel, na África.
  • Aumento das chuvas no Golfo da Guiné.
  • Mudanças sazonais na estação chuvosa no Nordeste da América do Sul, incluindo o Brasil.
  • Aumento da probabilidade de furacões próximos a Cabo Verde.

O início de 2024 viu temperaturas da superfície do mar no Atlântico Equatorial Leste excedendo os 30ºC, um dos eventos mais quentes desde 1982. A rápida transição para condições mais frias durante junho e julho foi igualmente surpreendente e poderia ser um indicativo de uma possível La Niña Atlântica.

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