Nesta quarta-feira (28), a Amazônia está enfrentando uma grande onda de queimadas. Uma mancha escura, de monóxido de carbono, paira por áreas da Bolívia, de Rondônia, do Amazonas e Mato Grosso. A imagem captada pelo satélite Copernicus e disponibilizada pelo site Windy tem mais de 500 km de altura no mapa, e 400 km de largura.
A descida de um jato de ar de baixos níveis pelas Cordilheiras dos Andes tem contribuído para o aumento da umidade na região, mas isso não impede a elevação das temperaturas, que estão acima da média para esta época do ano.
De acordo com o Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), a Amazônia já registrou 28.697 focos de calor apenas neste mês, até esta terça-feira (27). O número está em crescimento e, nos últimos dois dias, a parte brasileira do bioma contabilizou 3,5 mil novos focos, enquanto o lado boliviano registrou 2,7 mil novos focos no mesmo período.
As queimadas e a seca começam a castigar o povo ribeirinho, os animais e a Amazônia como um todo pic.twitter.com/VNlop7KJ4T
— Jess ♥️ (@falaJesss) August 19, 2024
Impactos e consequências das queimadas na Amazônia
As queimadas não afetam apenas a vegetação da Amazônia, mas também a qualidade do ar em várias cidades. Neos três estados afetados, a qualidade do ar foi classificada como “perigosa“, um nível em que a poluição pode causar sérios problemas de saúde para humanos e animais.
Porto Velho é uma das cidades mais afetadas, com um nível de poluição atmosférica chegando a 500. Para comparação, considera-se que o ar é bom quando a qualidade está entre 0 e 50. Níveis acima de 300 já são considerados perigosos.
A situação de emergência é visível nos prontos-socorros de Porto Velho, que estão lotados de pessoas com problemas respiratórios. Os profissionais de saúde afirmam que muitos pacientes chegam com tosse severa e dificuldade para respirar. As unidades de saúde estão sobrecarregadas, lidando com o aumento significativo de internações relacionadas a problemas respiratórios.
Em nível nacional, o Brasil registrou 53.976 focos de incêndio em agosto de 2024, tornando-se o pior mês para queimadas desde 2010, que tinha contabilizado 90.444 focos. De janeiro a agosto deste ano, foram registrados 112.392 focos de queimadas no Brasil, representando 59% do total de 2023 (189.926). Este aumento é de 80% comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 62.355 focos.