O X começou a ficar indisponível na madrugada do último sábado (31), após um bloqueio determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi tomada após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ser notificada e encaminhar o pedido de suspensão para as operadoras do país. Mas como ficam as contas dos brasileiros na rede social X?
Segundo o especialista em tecnologia Arthur Igreja, em entrevista à CNN, a decisão sobre o futuro das contas dos usuários no Brasil ficará a critério da própria rede social, embora ele acredite que as contas não serão deletadas. Igreja destaca que os perfis são globais e baseados em e-mails e senhas, o que independe do país em que você está acessando.
“Minha estimativa é de que essas contas e os conteúdos relacionados a elas são independentes do fato de aquele país ter bloqueado o acesso”, explica o especialista. Arthur Igreja pontua que a previsão do bloqueio está previsto no Marco Civil da Internet, que foi aprovado em 2014. Após a notificação do STF, a Anatel emitiu um ofício para 20 mil provedores de internet no Brasil, que então bloquearam o acesso ao X.
Como o bloqueio do X foi realizado?
Os provedores de internet no Brasil são responsáveis por estabelecer a conexão dos usuários. Quando uma pessoa tenta acessar “x.com”, esta requisição passa pelo servidor do provedor de internet, que deveria encaminhá-la ao servidor do X. No entanto, devido ao bloqueio, esses provedores adicionaram o site à lista de bloqueio.
Este processo é comum para diversos sites, incluindo aqueles que hospedam conteúdo ilegal, como downloads de filmes e músicas. Quando bloqueios são implementados pela Anatel e provedores, o acesso é cortado, e o site fica indisponível para os usuários.
Por que a decisão foi tomada?
A decisão do STF de bloquear o X veio após a intimação ao empresário Elon Musk, dono do X, para nomear um representante legal da empresa no Brasil. O prazo de 24 horas para cumprimento da ordem foi ignorado, resultando na suspensão da rede.
O X anunciou em 17 de agosto de 2024 o fechamento do escritório no Brasil, após a determinação de prisão da representante da plataforma no país caso as ordens de bloqueio não fossem cumpridas. A desobediência às determinações do STF levou ao aumento de multas.
Diante da ausência de representantes do X, o ministro Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio das contas da empresa Starlink no Brasil, também de propriedade de Elon Musk, para assegurar o pagamento das multas impostas pelo STF.
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