A cidade de São Paulo enfrenta o pior índice de ar poluído do mundo, conforme avaliação da agência suíça IQAir. A alta concentração de poluentes, em conjunto com a baixa umidade, traz sérias complicações para a saúde dos moradores. A previsão de especialistas é que haja um aumento nas hospitalizações por doenças respiratórias e cardiovasculares.
“Estamos esperando um excesso de quatro a 5 mil mortes na cidade de São Paulo nas próximas duas a três semanas“, afirmou Paulo Saldiva, médico patologista e professor na Universidade de São Paulo (USP) em entrevista à CNN. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso de “Perigo” referente à umidade do ar, com taxas que devem oscilar entre 12% e 20%.
Medidas de proteção são essenciais para manter a saúde neste momento.
Medidas para proteger a saúde no ar poluído
É importante, em momentos de baixa umidade e alta poluição, se manter hidratado. Beber água regularmente auxilia na hidratação do pulmão e evita a concentração sanguínea, prevenindo complicações como trombos.
Ainda, pode-se utilizar colírios ou soro fisiológico nos olhos e nariz, para limpeza e hidratação das mucosas. É essencial, também, que se monitore a coloração da urina. Quando mais concentrada, especialmente em crianças e idosos, pode indicar a necessidade de aumentar a ingestão de líquidos.
Além disso, se apresentar tosse, é importante ficar atento à cor da secreção, pois tons amarelados indicam a necessidade de atenção médica. Manter o ambiente e o organismo hidratado pode trazer algum alívio aos sintomas, especialmente entre a população idosa. “Idosos podem não sentir os alertas iniciais do corpo, daí a importância de vigilância e hidratação constantes“, destacou Saldiva.
Realizar nebulizações, principalmente entre 10h e 16h, também pode ajudar a contrapor os efeitos da baixa umidade. Em casos de pessoas expostas à fumaça de incêndios, é recomendado que se faça o uso de máscaras do tipo N95, que são capazes de filtrar partículas de ar extremamente pequenas.
Efeitos da fumaça de incêndios na saúde
A fumaça dos incêndios, seja da Amazônia, seja do Pantanal ou de cidades no interior de São Paulo, pode afetar diretamente a saúde da população local.
Segundo o professor e médico, a fumaça afeta os olhos, podendo causar uma conjuntivite química, causando ardência e desconforto. Já os pulmões, acabam se desidratando para acondicionar o ar seco, o que intensifica os problemas respiratórios.
Como consequência, pode causar mudanças no ritmo cardíaco. “O coração é prejudicado porque o pulmão tem receptores de irritação. Ele sente quando respira algo ruim. Isso acontece através dos nervos e afetam o ritmo cardíaco, reduzindo a passagem de sangue naquele momento”, afirmou.