Um suspeito foi detido após agentes do Serviço Secreto avistarem o cano de um fuzil em um arbusto perto da do campo de golfe onde Donald Trump estava no domingo (15). De acordo com a apuração do FBI, o responsável pela tentativa de assassinato é Ryan Wesley Routh, de 58 anos.
Em suas redes sociais, o homem já havia manifestado um desejo de lutar e morrer pela Ucrânia. Ele acompanhou a situação desde o início do conflito com a Ucrânia, em fevereiro de 2022. “ESTOU DISPOSTO A VOAR PARA CRACÓVIA [cidade na Polônia] E IR PARA A FRONTEIRA DA UCRÂNIA PARA SER VOLUNTÁRIO, LUTAR E MORRER”, escreveu.
A retórica de violência estava espalhada pelos seus perfis. No aplicativo de mensagens Signal, Routh colocou em sua biografia que “os civis devem mudar essa guerra e evitar guerras futuras”. Similarmente, no WhatsApp, escreveu: “Cada um de nós deve fazer sua parte diariamente, nos menores passos, para ajudar a apoiar os direitos humanos, a liberdade e a democracia; cada um de nós deve ajudar os chineses.”
Quem é o suspeito?
O homem frequentou a North Carolina Agricultural and Technical State University, de acordo com seu perfil na rede social profissional LinkedIn, e se mudou para o Havaí em 2018. Lá, se tornou dona de uma pequena empresa de construção.
Segundo a CNN, ele possui oito passagens na polícia em sua ficha. Routh já foi acusado e se declarou culpado por porte ilegal de arma de destruição em massa, resistência a um policial, porte de arma oculta e fraude de carteira de identidade, entre outras acusações. Os registros também mostram acusações menores, e até mesmo rejeitadas.
O suspeito chegou a ser entrevistado pelo The New York Times em 2023 para um artigo sobre voluntários ao serviço de guerra na Ucrânia. Routh, sem experiência militar, afirmou ter viajado ao país e queria recrutar soldados afegãos.
Em uma entrevista por telefone, o homem disse que estava em Washington para uma reunião com a Comissão de Segurança e Cooperação dos EUA na Europa. O grupo é liderado por grupos do Congresso estadunidense, e lida com questões de democracia e segurança. Além disso, Routh declarou, na época, estar em busca de recrutas para lutar na Ucrânia. Mais especificamente, soldados afegãos que haviam fugido do Talibã. Não se sabe se ele deu continuidade ao projeto.
Quando a polícia deteve Routh na Interstate 95 após o alegado ataque a Trump, ele se mostrou tranquilo, não questionou o motivo da detenção e “não estava armado ao ser retirado do carro”, conforme relatado pelo xerife William D. Snyder, do condado de Martin, à emissora local WPTV.