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Canabidiol: conheça mitos e verdades

Muitas pessoas acreditam que o CBD pode ser uma solução para o Alzheimer. Contudo, Dr. Valadares afirma que essa informação é, até agora, infundada

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Canabidiol – Créditos: Canva

O uso do canabidiol (CBD) na medicina vem ganhando cada vez mais atenção, especialmente por seu potencial em diversos tratamentos. No entanto, há muitas dúvidas e equívocos sobre sua eficácia. Para esclarecer essas questões, o Bons Fluídos conversou com o neurocirurgião funcional, Dr. Marcelo Valadares.

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De acordo com Dr. Valadares, a eficácia do CBD está profundamente ligada a fatores como dosagem, modo de absorção e a qualidade do produto, além da necessária orientação médica. “A prescrição de canabidiol deve ser feita com cautela, considerando-se sempre as alternativas tradicionais antes de recorrer ao CBD”, recomenda o especialista.

Há uma crença comum de que o canabidiol pode ajudar a aliviar dores severas, como as da fibromialgia e do câncer. No entanto, Dr. Valadares esclarece que a realidade é um pouco diferente. “Estudos sistemáticos indicam que o canabidiol não é eficaz no alívio de dores extremas como as oncológicas ou da fibromialgia”, comenta.

Ele aponta que os estudos existentes sobre o uso de CBD na fibromialgia são limitados em tamanho e duração, e ainda que não existam contraindicações graves, os efeitos adversos como sonolência e vertigem fazem com que seu uso seja questionável.

O canabidiol pode tratar Alzheimer?

Muitas pessoas acreditam que o CBD pode ser uma solução para o Alzheimer. Contudo, Dr. Valadares afirma que essa informação é, até agora, infundada. “Os dados não foram conclusivos quanto aos benefícios do canabidiol no tratamento de Alzheimer”, relata.

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Mesmo com pesquisas em andamento, como as conduzidas por universidades brasileiras, a evidência ainda não suporta o uso do CBD para tratar Alzheimer de forma segura e eficaz. Instituições renomadas como a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia continuam céticas até que haja mais provas concretas.

O uso do CBD em casos de epilepsia tem mostrado resultados promissores. “O Conselho Federal de Medicina (CFM) permite o uso de canabinoides em ensaios clínicos controlados para crianças e jovens com epilepsia resistente aos tratamentos convencionais”, explica Dr. Valadares. As síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut têm sido algumas das mais beneficiadas.

Os estudos indicam que o CBD pode reduzir significativamente as convulsões, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Em alguns casos, há relatos de eliminação completa das crises.

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Canabidiol ajuda no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Esclerose Múltipla?

Dr. Valadares destaca que não há medicamentos comprovadamente eficazes para os principais sintomas do TEA. “Apesar disso, o CBD é explorado por seu potencial em tratar sintomas associados ao TEA, como ansiedade, depressão e epilepsia”, ele comenta.

Por atuar principalmente como anticonvulsivante, o CBD tem se mostrado útil nas epilepsias da infância e adolescência.

Segundo Dr. Valadares, o tratamento com CBD para esclerose múltipla é específico para a espasticidade. “A substância ajuda a controlar o excesso de tônus muscular, que dificulta movimentos e causa dor”, ele explica. Essa indicação é apoiada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que outras medicações não apresentem os resultados desejados.

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Para casos de espasticidade moderada a grave, nos quais os medicamentos tradicionais não trazem alívio, o CBD pode ser uma alternativa viável.

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