VENEZUELA

Autoridade eleitoral que denunciou Maduro se reúne com González

Delpino é um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que, recentemente, denunciou a falta de transparência nas eleições de 28 de julho de 2023

autoridade-eleitoral-gonzalez
Edmundo González – Crédito: Getty Images

Em meio ao turbilhão político que assola a Venezuela, o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia reacendeu as chamas da discussão ao publicar, nas redes sociais, uma foto ao lado de Juan Delpino. Delpino é um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que, recentemente, denunciou a falta de transparência nas eleições de 28 de julho de 2023. A foto reacende as atenções para um tema que permanece sem solução: a legitimidade dos processos eleitorais na Venezuela.

Publicidade

Delpino foi marcadamente ausente na divulgação dos resultados das eleições, que consagraram Nicolás Maduro como vencedor sem a apresentação das atas detalhadas. Sua ausência não passou despercebida e desencadeou uma série de especulações sobre a veracidade do pleito. No entanto, os desdobramentos se intensificaram nas redes sociais, após González compartilhar que Delpino descreveu suas experiências no órgão eleitoral, apontando um desejo latente de mudança entre os venezuelanos.

Delpino, González e a transparência eleitoral na Venezuela

A crise política venezuelana tem suas raízes profundamente fincadas na desconfiança sobre a transparência e integridade das eleições. Em agosto de 2023, durante uma entrevista ao The New York Times, Delpino expressou sua decepção ao não conseguir implementar um plano que garantisse eleições justas, destacando a necessidade urgente de reconquistar a confiança pública no sistema eleitoral venezuelano.

O cenário eleitoral na Venezuela causou verdadeiro alvoroço na comunidade internacional e entre a oposição venezuelana. A falta de reconhecimento dos resultados oficiais, que deram a vitória a Maduro com mais de 50% dos votos, somada à não publicação das atas detalhadas, levantou suspeitas de fraude. Segundo a oposição, documentos divulgados por seus fiscais alegam uma vitória arrasadora de Edmundo González, com quase 70% dos votos, contestando os números apresentados pelo CNE.

Repercussões internacionais

A crise eleitoral venezuelana ganhou destaque global, com líderes internacionais questionando abertamente a legitimidade do governo de Maduro. No entanto, a pressão internacional ainda não resultou em mudanças concretas. Enquanto isso, opositores como González enfrentam perseguições legais no país, com o Ministério Público buscando incriminá-los pela publicação das atas eleitorais.

Publicidade

Os efeitos desta crise vão além do âmbito político, tendo consequências diretas sobre a população. Desde o início do processo eleitoral, mais de 2400 pessoas foram presas e pelo menos 24 morreram, segundo organizações de direitos humanos. Essas cifras expõem a gravidade da situação e ressaltam a necessidade de uma resposta humanitária robusta e eficaz.

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.