O Partido dos Trabalhadores (PT) assinou uma resolução do Foro de São Paulo que reconhece a vitória eleitoral de Nicolás Maduro e expressa solidariedade ao regime da Venezuela. O documento foi elaborado durante um encontro de partidos de esquerda realizado no México, antes da posse de Claudia Sheinbaum na Presidência do país.
A secretária executiva do Foro, Mônica Valente, que também faz parte da executiva nacional do PT, esteve presente na reunião. No entanto, o partido optou por não divulgar amplamente a resolução, temendo que o apoio a Maduro pudesse gerar repercussões negativas nas eleições municipais, conforme relatou uma fonte interna ao jornalista Pedro Venceslau. A posição oficial do PT no Foro tem gerado desconforto entre alguns membros do partido.
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Divergências internas sobre a Venezuela
Há setores do PT que demonstram desconexão com a linha adotada no Foro de São Paulo.
“A posição do PT sobre Venezuela é desconectada com o que pensa o Lula e a grande maioria dos simpatizantes do PT. Somos um partido conectado com a democracia. A posição do Maduro gera um constrangimento para a América Latina”, afirmou o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) à CNN.
Além das críticas internas, também houve manifestações sobre a postura do governo brasileiro em relação ao impasse político na Venezuela. “A posição do governo brasileiro é confusa e precisa ser mais clara”, disse Ana Prestes, secretária de relações internacionais do PCdoB e representante do partido no Foro de São Paulo, em entrevista à CNN.
Prestes minimizou a declaração do procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, que acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser um “agente da CIA”. Segundo ela, Maduro não deu respaldo à afirmação. “Não existem provas de que Maduro perdeu a eleição. A adesão à oposição na Venezuela é menor que o apoio popular ao chavismo”, acrescentou Ana Prestes.
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