O ex-presidente Evo Morales, líder da oposição na Bolívia, compartilhou um vídeo nas redes sociais alegando uma suposta tentativa de prisão e ataque a tiros. O incidente aconteceu na manhã deste domingo (27).
No vídeo, Morales está ao lado do motorista enquanto comunica, por telefone, que estão sendo atacados e pede mobilização urgente. Marcas de tiros podem ser vistas no veículo, enquanto o motorista aparece ferido, segundo o Globo e g1.
De acordo com informações locais, até 14 tiros foram disparados contra o carro, destacando a seriedade da situação em curso.
Evo Morales fala sobre o suposto atentado
Em uma entrevista a uma rádio após o incidente, Morales disse que dois veículos o interceptaram na estrada e atiraram em seu carro, alegando que uma bala passou a “centímetros” de sua cabeça. “Não sei se eram soldados ou policiais”, disse Morales.
Bloqueios nas estradas da Bolívia
Os bloqueios de estradas organizados por agricultores que apoiam Morales são uma das principais repercussões do atual clima político na Bolívia. Iniciados em meados de outubro, esses bloqueios têm como objetivo pressionar o governo pela suspensão das investigações contra Morales, que enfrenta acusações de crimes graves. Os manifestantes exigem o fim da chamada “perseguição judicial”.
Essas interrupções nas vias estão causando impactos econômicos significativos. A escassez de combustível é cada vez mais evidente, resultando em longas filas de carros nos postos de abastecimento. Além disso, a crise de suprimento elevou os preços de produtos básicos, sobrecarregando a já delicada economia boliviana.
Como a situação afeta o governo de Luis Arce?
O presidente Luis Arce enfrenta desafios formidáveis para conter a crise. Os bloqueios e a escalada de violência política representam um risco à estabilidade de sua administração. Arce precisa encontrar maneiras de negociar com os manifestantes para aliviar a tensão econômica e evitar um agravamento dos confrontos.
O vice-ministro da Segurança, Roberto Rios, disse aos jornalistas que a polícia não realizou nenhuma operação contra o ex-presidente. “Como autoridades responsáveis pela segurança do Estado, somos obrigados a investigar qualquer relato, seja ele verdadeiro ou falso”, disse Rios, segundo informações do portal g1.
O atual cenário também pressiona o governo a buscar soluções rápidas para prevenir a prisão de Morales, que, se realizada, pode desencadear ainda mais tumultos. O caso criminal contra Morales inclui acusações de estupro e tráfico de pessoas, com uma intimação para depoimento não atendida, aumentando a possibilidade de um mandato de prisão.
La Dirección Nacional del Movimiento al Socialismo – Instrumento Político por la Soberanía de los Pueblos denuncia ante la opinión pública nacional e internacional el intento de magnicidio contra Evo Morales Ayma. pic.twitter.com/Y4K70l5i31
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) October 27, 2024
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