A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros ex-integrantes de seu governo nesta quinta-feira (21). Ao todo, são 37 acusados de envolvimento em crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito no Brasil. O inquérito investiga as ações para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Entre os indiciados, destacam-se figuras como o general da reserva do Exército e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Braga Netto, e o general Augusto Heleno. Alexandre Ramagem, ex-integrante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal, legenda de Bolsonaro, também foram citados. O relatório final desse inquérito, com mais de 800 páginas, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
Quais são as acusações contra Bolsonaro e seus aliados?
As acusações incluem golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em uma organização criminosa. Se condenados, os envolvidos podem enfrentar penas de prisão variando de 3 a 12 anos.
O golpe de Estado está sujeito a 4 a 12 anos de prisão, enquanto abolição violenta do Estado democrático de Direito prevê 4 a 8 anos de reclusão. Já integrar uma organização criminosa pode acarretar em 3 a 8 anos de detenção.
Investigação da PF: os principais suspeitos e suas funções no esquema
A investigação da Polícia Federal revelou uma estrutura complexa dentro do suposto esquema de golpe. Foram identificados diversos núcleos operacionais, cada um responsável por tarefas específicas. Isso inclui um núcleo de desinformação, destinado a atacar o sistema eleitoral, e outro focado em incitar militares a aderirem ao golpe de Estado. Outros núcleos estavam voltados para ações jurídicas e de apoio logístico às tentativas de golpe.
O núcleo de desinformação, por exemplo, buscava minar a confiança nas eleições brasileiras ao disseminar informações falsas. Já o núcleo de incitação militar tentou, de acordo com o relatório, convencer membros das Forças Armadas a apoiar o ato antidemocrático.
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