As autoridades russas detiveram um cidadão do Uzbequistão, de 29 anos, acusado de plantar uma bomba que resultou na morte do tenente-general Igor Kirillov e de seu assistente. Segundo o Comitê Investigativo da Rússia, a explosão ocorreu em uma scooter elétrica estacionada em frente ao prédio onde o general vivia, a cerca de sete quilômetros do Kremlin.
O ataque foi executado por meio de um dispositivo explosivo caseiro, ativado remotamente. A bomba foi acionada após o suspeito, supostamente recrutado por serviços especiais ucranianos, monitorar os movimentos do general com uma câmera instalada em um carro alugado.
NEW: Video footage shared with @FT shows the assassination of Lt. Gen. Igor Kirillov and his assistant in Moscow this morning. Story here with @maxseddon https://t.co/UJ69DcJ3lr pic.twitter.com/OdQyO9JEN4
— Christopher Miller (@ChristopherJM) December 17, 2024
Qual o papel da Ucrânia no atentado?
De acordo com o Comitê Investigativo, as imagens capturadas pelo suspeito foram transmitidas em tempo real para organizadores do ataque, localizados em Dnipro, na Ucrânia. Após confirmar a saída do general da residência, o dispositivo foi detonado.
“A filmagem desta câmera foi transmitida online para os organizadores do ataque terrorista, na cidade de Dnipro”, afirmou o comitê. Eles também revelaram que o suspeito teria recebido US$ 100 mil como recompensa, além da promessa de residência em um país europeu.
O atentado ocorreu um dia após promotores ucranianos sentenciaram Kirillov à revelia, sob acusações de uso de armas químicas durante a invasão russa à Ucrânia. O serviço de segurança ucraniano (SBU) foi apontado como o responsável pelo ataque, segundo fontes ouvidas pela CNN.
Conflito em escalada após morte de general russo
A morte de Igor Kirillov, chefe das forças de proteção radiológica, biológica e química russas, provocou uma resposta imediata do governo de Vladimir Putin, que prometeu retaliação “sem dúvida e sem misericórdia“.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Rússia enfrenta crescente pressão militar e econômica. Recentemente, o Kremlin foi alvo de ataques em seu próprio território, enquanto a Ucrânia recebe armamentos de potências ocidentais, ampliando a tensão entre os países.
O conflito se intensificou em outubro deste ano, quando a Rússia utilizou mísseis hipersônicos em ataques, enquanto a Ucrânia realizava incursões em solo russo. Paralelamente, surgem relatos de uso de tropas norte-coreanas no apoio ao exército russo, embora Moscou e Pyongyang não confirmem a informação.
Apesar das sanções internacionais e das perdas significativas, o Kremlin insiste que cumprirá seus objetivos no território ucraniano. Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aponta que o principal foco russo permanece no controle das regiões de Donetsk e Luhansk, no Donbass.
Leia também: Assad nega fuga ‘premeditada’ e acusa Rússia por sua saída da Síria