tarifaço de Trump

Senado aprova Projeto de Lei da Reciprocidade contra restrições comerciais dos EUA

O projeto institui a Lei da Reciprocidade, mecanismo de retaliação a países que adotarem barreiras comerciais unilaterais contra o Brasil.
O alvo, neste momento, são as recentes ações do presidente norte-americano Donald Trump, que elevou para 25% a tarifa sobre o aço e o alumínio brasileiros – Crédito: Canva Fotos

O Senado aprovou nesta terça-feira (1º) o Projeto de Lei da Reciprocidade, que autoriza o Brasil a adotar medidas de retaliação contra países que impuserem barreiras comerciais unilaterais a produtos brasileiros.

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A proposta foi analisada em caráter terminativo pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Com a aprovação e sem apresentação de emendas ou pedido para votação em plenário no prazo regimental, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.

O projeto foi apresentado em resposta a restrições impostas pelos Estados Unidos. Na ocasião, o então presidente Donald Trump elevou para 25% a tarifa sobre o aço e o alumínio exportados pelo Brasil.

A chamada Lei da Reciprocidade estabelece que o governo brasileiro poderá aplicar medidas equivalentes contra países que restringirem, sem acordo prévio, o acesso de produtos nacionais aos seus mercados.

Como o Brasil poderá reagir a medidas externas?

O projeto define que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) será a responsável por propor e aplicar as contramedidas. Entre elas, está a suspensão de concessões em áreas como propriedade intelectual, além da possibilidade de sobretaxar produtos e serviços originados de países que impuserem sanções ao Brasil.

As contramedidas previstas deverão ser, na medida do possível, proporcionais ao impacto econômico causado pelas ações, políticas ou práticas“, determina o texto.

A proposta considera danosas ao país todas as ações que interfiram em decisões legítimas do Brasil ou que contrariem acordos comerciais em vigor. Medidas que dificultem a exportação de produtos nacionais com base em exigências ambientais mais rígidas do que as adotadas pelo Brasil também entram na lista de possíveis alvos de reação.

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Teresa Cristina defende equilíbrio nas relações comerciais

Autora da proposta, a senadora Teresa Cristina (PP-MS) alerta para o risco de o protecionismo se disfarçar sob temas globais. “O risco de medidas protecionistas se espalharem pelo mundo sob a pauta da sustentabilidade é assunto que preocupa os brasileiros, sobretudo diante do atual panorama do comércio internacional”, afirmou.

Além disso, o texto prevê que acordos internacionais com cláusulas que restrinjam importações brasileiras não poderão ser firmados, a menos que as nações envolvidas adotem padrões ambientais semelhantes aos do Brasil.

A Camex também poderá aplicar contramedidas provisórias, com base em consultas públicas e pareceres técnicos. O Ministério das Relações Exteriores deverá participar das decisões relacionadas a sanções permanentes.

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Todas as medidas estarão sujeitas a revisão, conforme o andamento de negociações diplomáticas ou mudanças no cenário econômico.


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