FLORESTA TROPICAL

Desmatamento na Amazônia cai 24% em janeiro; valor é o 3º maior em 16 anos

Mato Grosso foi o primeiro em desmatamento e o Pará campeão em degradação do bioma.

Desmatamento na Amazônia cai de 24% em janeiro; valor ainda é o 3º maior em 16 anos
A Amazônia continua ameaçada pelo desmatamento e também pela degradação ambiental (Crédito: Mario Tama/Getty Images)

A Amazônia ainda segue padecendo com uma sequência acelerada de desmatamento. Em janeiro passado, foram devastados 198 km², área semelhante à perda de quase 640 campos de futebol por dia de floresta.

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Apesar de essa destruição ter sido 24% menor do que a registrada no mesmo mês em 2022, este número representou a terceira maior taxa de desmatamento para o mês de janeiro em 16 anos.

Os dados divulgados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por imagens de satélite desde 2008. De acordo com os dados da série histórica desse monitoramento, a derrubada em janeiro deste ano só foi superada nos anos de 2015 (288 km²) e 2022 (261 km²).

Desmatamento na Amazônia cai 24% em janeiro; valor é o 3º maior em 16 anos
(Crédito: Reprodução SAD/Imazon)

O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr., afirmou que esses dados revelam que as ações de combate ao desmatamento anunciadas pela nova administração federal devem ser colocadas em prática de forma rápida e em todo o bioma da Amazônia.

Essa redução em relação a 2022 é positiva, mas ainda estamos com a devastação em um ritmo muito alto, um patamar semelhante ao dos últimos anos. Por isso, precisamos ter máxima agilidade e efetividade no aumento das fiscalizações e das punições aos desmatadores ilegais, priorizando as áreas sob maior risco de devastação”, disse o pesquisador.

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A plataforma PrevisIA, que usa a inteligência artificial para apontar áreas sob maior risco de derrubada na Amazônia, estimou que 11.805 km² estão sob ameaça entre agosto de 2022 e julho de 2023. E, de acordo com o sistema de monitoramento do Imazon, de agosto a janeiro já foram devastados 4.243 km², que correspondem a 36% do total estimado.

Isto significa que ainda é possível trabalhar para evitar a destruição de 7.562 km² (64%) que estão ameaçados, uma área quase semelhante a toda extensão dos 39 municípios pertencentes à Grande São Paulo.

MATO GROSSO CAMPEÃO

Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, a maior devastação foi registrada em Mato Grosso, que perdeu 85 km² de floresta em janeiro, área correspondente a 43% do total destruído na região. Este valor é 16% superior à taxa registrada no mesmo mês no estado em 2022, de 73 km².

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Entre os municípios que mais desmataram a floresta, cinco dos 10 são de Mato Grosso: Porto dos Gaúchos (15 km²), Feliz Natal (13 km²), Tabaporã (12 km²), Paranatinga (7 km²) e Querência (6 km²); juntos somaram 53 km² devastados, 62% do registrado no estado.

DEGRADAÇÃO RECORDE NO PARÁ

Além do desmatamento, que é a remoção por completo da vegetação, o Imazon monitora também mês a mês a degradação florestal causada pelas queimadas e pela exploração madeireira. Apesar de ser o terceiro estado que mais desmatou em janeiro, com 23 km² (12%), o Pará, por outro lado, ocupou a liderança no ranking de degradação.

No total, foram degradados 11 km² de floresta, o que corresponde a 73% do total atingido na Amazônia. Isso representou um aumento de 1.000% em relação a janeiro de 2022, quando a área degradada no Pará foi de 1 km².

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ÁRVORES GIGANTES AMEAÇADAS

Além disso, o Pará segue registrando avanço do desmatamento em áreas protegidas. Em janeiro, cinco das 10 unidades de conservação mais destruídas na Amazônia estavam em solo paraense, inclusive a Floresta Estadual (Flota) do Paru, onde está maior árvore da América Latina e a quarta mais alta do mundo. Em razão dessa ameaça, o Imazon decidiu contimuar a campanha #ProtejaAsÁrvoresGigantes, que pede a total retirada de grileiros e garimpeiros do local.

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