Três importantes entidades que representam os blocos de rua de São Paulo publicaram nesta quarta-feira (5) um manifesto em que cancelam a participação de 250 blocos no carnaval de 2022.
No manifesto denominado “Te Amo São Paulo, mas não vou fazer seu Carnaval…”, as entidades disseram que “os blocos participantes dos Coletivos, em sua grande maioria, comunicam que não sairão às ruas neste Carnaval de 2022, mesmo que a festa seja autorizada”.
As entidades reiteram que “é obrigação do Poder Público ser rigoroso na observância das regras sanitárias em todos os eventos que já acontecem e vão acontecer na Cidade de São Paulo”.
O documento foi assinado pelo Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de SP, pela União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado de SP (UBCRESP) e pela Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo.
O manifesto ainda afirma que os blocos não aceitarão participar de eventos fechados no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul, como está sendo estudado pela prefeitura.
“Todos concordamos que o Carnaval não deixará de ser comemorado, inclusive por Blocos que assim desejarem, mas esperamos que cada grupo ou cidadão que queira celebrar a vida, o faça pensando na melhor forma de preservar a vida! (…) Não admitimos a hipótese de se realizar um evento de ‘Carnaval de Rua’ em lugares contidos, ao ar livre, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo e outros. Isso é alternativa do setor privado”, afirmou o documento.
A carta dos blocos se antecipou em relação à decisão da prefeitura de cancelar ou não o carnaval de rua na cidade.
Edson Aparecido, secretário da Saúde do município, disse na quarta-feira (4) que uma reunião do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e representantes da Vigilância Sanitária deve ocorrer nesta quinta (5) para decidir sobre o cancelamento das atividades.
Segundo Edson, a gestão municipal estuda cancelar os festejos de rua e manter as apresentações das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi
Na carta, as entidades de blocos de rua também pedem que a prefeitura encontre alternativas de fomento para os blocos que precisam de ajuda financeira para se manterem ativos.
“Convocamos as Secretarias Municipais envolvidas tradicionalmente com o Carnaval de Rua a apresentarem, em nome da Cidade, alternativas realistas e exequíveis para o fomento da Arte , da Cultura e da Economia Informal relacionadas aos Blocos de Carnaval da cada Região de São Paulo , considerando suas necessidades econômicas. (…) Pedimos que sejam oferecidos programas de fomento que alcancem especificamente todos os Blocos inscritos, dentro de uma proporcionalidade referente às suas necessidades, com aferição feita pelos mesmos em comissão constituída pelos atuais Coletivos Carnavalistas da Cidade”, afirmou o manifesto.