Brasil planeja remunerar quem preserva e recupera florestas

O ministro Joaquim Leite falou sobre as estratégias planejadas pelo governo federal para acabar com o desmatamento nas florestas brasileiras.

Brasil planeja remunerar quem preserva e recupera florestas
O ministro Joaquim Leite falou sobre as estratégias para acabar com o desmatamento nas florestas brasileiras. (Créditos: Bruno Kelly/Amazônia Real)

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, falou sobre as estratégias planejadas pelo governo federal para acabar com o desmatamento ilegal nas florestas brasileiras, em especial na Amazônia, e remunerar quem as preserva e recupera. Segundo Leite disse em entrevista à CNN, uma das ações é fortalecer a atuação conjunta entre seu ministério e os da Justiça e do Desenvolvimento Regional.

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Leite também realçou o lançamento do programa Floresta Mais, que prevê remunerar quem atua para preservar e restaurar florestas.

“É um programa de pagamento por serviços ambientais. O que significa? Criar um mercado de serviços ambientais, que provavelmente será o maior do mundo na área. É você remunerar quem cuida da floresta”, afirmou. O governo prevê a geração de empregos de brigadistas, guarda-parques e guarda florestal, entre outros.

“Os agentes irão atuar diretamente em algumas regiões, protegendo a floresta nativa que já está no território e em outras na recuperação. A restauração será muito importante nesse processo para geração de crédito de carbono de vegetação nativa”, afirma.

O mercado de crédito de carbono, votado em consenso na 26 ª COP26 (Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas), também é uma aposta para o ministro. Joaquim Leite ministro avalia que o Brasil vai conseguir exportar créditos e, com isso, realizar uma transição econômica sustentável e justa.

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“O mercado de carbono que foi acordado em consenso na COP26 é uma outra alternativa para a gente crescer de uma forma que reduza as emissões. Projetos baseados em conservação de floresta nativa ou restauração de área de floresta nativa, setores de papel e celulose e etanol já podem apostar nesse novo mercado.”

Ao falar sobre os planos de ampliar a atuação junto aos órgãos do governo para combater o desmatamento, Joaquim Leite realçou a colaboração da Polícia Federal junto às agências fiscalizadoras já presentes na Amazônia.

“Junto com o crime de desmatamento ilegal, muitas vezes acontecem outros crimes, e a Polícia Federal vai atuar junto com o Ministério da Justiça. Será Ibama, ICMBio, Força Nacional e Polícia Federal, que vão atuar de forma contundente para eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia”. O ministro pontuou ainda que a ajuda entre os ministérios é o que “trará solução para a gente zerar o desmatamento ilegal no Brasil, especialmente na Amazônia”.

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Leite criticou a postura dos países mais desenvolvidos e poluidores na COP26. O ministro falou em uma “frustração” não só do Brasil, mas de todos os países em desenvolvimento em relação aos recursos prometidos pelos mais ricos.

“Os países desenvolvidos, maiores poluidores, não se prepararam para a Conferência do Clima de 2021 e não vieram com os recursos prometidos em 2020. Nós já estamos em 2021 e eles estão postergando estes recursos para 2024. Eu acho que essa é uma frustração”, afirmou. “Não vai haver uma transição justa sem recursos e tecnologia.”

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