MATO GROSSO DO SUL

Crise climática global pode fazer anfíbios desaparecerem

O pesquisador Diego Santana detalha que as mudanças nos padrões de chuva podem impactar o ciclo de vida de anfíbios

A seca na região amazônica assusta em dimensão internacional e o reflexo da crise climática global pode provocar a extinção de anfíbios.
(Crédito: Diego Santana)

A seca histórica na região amazônica assusta em dimensão internacional e, apesar de ser um problema geograficamente distante de Mato Grosso do Sul, o reflexo da crise climática global pode provocar a extinção de anfíbios no Estado.

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É o que mostra uma pesquisa com participação de professores da UFMS (Universidade Federal de MS). O coautor do estudo e professor do Instituto de Biociências da UFMS, Diego Santana, explica que o colapso no ecossistema é perceptível, de maneira direta ou indireta, em várias partes do mundo.

A situação afeta o ciclo todo. No Estado, o Pantanal enfrenta nova frequência de incêndios, mesmo que historicamente comuns em períodos com menos chuvas. Entretanto, entrelaça a redução da água na maior planície terrestre do mundo.

“Essas mudanças climáticas em escala global afetam os ecossistemas, com consequências diretas para os anfíbios. A reprodução dos anfíbios é afetada, pois em locais onde a disponibilidade de água diminui, algo vital para a reprodução, sobrevivência e até respiração da maioria dos anfíbios, eles podem enfrentar dificuldades”, explica.

O pesquisador detalha que, além disso, as mudanças nos padrões de chuva podem impactar o ciclo de vida desses animais. “Em algumas regiões do país, inclusive em MS, podemos observar esses efeitos. Por vezes, em vez de uma chuva distribuída ao longo do verão, temos chuvas intensas e torrenciais em apenas um ou dois dias. Isso leva a inundações catastróficas e desastres climáticos significativos.”

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Estudos com anfíbios

Segundo o professor, existem diversos estudos de levantamento de anfíbios no Estado, envolvendo vários pesquisadores ao longo de muitos anos. A região abriga várias espécies de anfíbios, e todas elas estão ativas na região. Inclusive, algumas dessas espécies já constam na lista de ameaçadas de extinção. Por exemplo, no município de Porto Murtinho, existe uma pequena porção de charco que, curiosamente, não é oficialmente reconhecida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Teoricamente, esse é um ecossistema distinto, mas sua dimensão é tão reduzida que o IBGE não o considera. Nessa região, encontramos algumas espécies que são exclusivas desse local, como o sapinho da barriga vermelha, que também é ameaçado de extinção e consta na lista nacional do Ministério do Meio Ambiente”.

“Na região do Taquari e da Bodoquena, temos descoberto recentemente algumas espécies que ainda não foram nomeadas pela ciência e estão em processo de descrição. No entanto, o Taquari já perdeu 50% de sua área devido a incêndios nos últimos anos, o que coloca em risco essas espécies”, acrescenta.

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