clínica interditada

Dona de clínica que fez procedimento em influencer é investigada por 4 crimes

A empresária, que operou em Aline, é acusada de utilizar polimetilmetacrilato (PMMA), um composto de alto risco, sem fornecer informações claras sobre os perigos associados

A empresária, que operou em Aline, é acusada de utilizar PMMA sem fornecer informações claras sobre os perigos associados ao procedimento.
Dona de clínica estética, Grazielly da Silva Barbosa (esquerda) e influenciadora digital Aline Maria Ferreira, que morreu após procedimento estético (direita) – Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, de Goiânia, está sendo investigada por quatro crimes diferentes, todos eles relacionados com a morte da influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, que realizou um procedimento estético para aumentar os glúteos. A empresária, que operou em Aline, é acusada de utilizar polimetilmetacrilato (PMMA), um composto de alto risco, sem fornecer informações claras sobre os perigos associados ao procedimento.

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A delegada Débora Melo destacou ao g1 que Grazielly não possuía qualificação adequada para realizar tais procedimentos. A investigação apontou que não havia comprovação de formação ou certificados que validassem sua habilidade para atuar na área estética. Além disso, a polícia não encontrou documentos que comprovassem o consentimento informado das vítimas, medida fundamental antes de qualquer procedimento estético.

Vários itens foram apreendidos para perícia, visando esclarecer qual substância foi efetivamente usada. Conforme relatos de testemunhas e a investigação inicial, o PMMA foi utilizado, embora Grazielly tenha fornecido diferentes informações sobre o material aplicado. A empresária foi presa na quarta-feira (3) e a clínica dela foi interditada pela Vigilância Sanitária por não ter alvará de funcionamento e nem um responsável técnico.

O que aconteceu com Aline Maria após o procedimento?

Aline partiu de Brasília rumo a Goiânia no dia 23 de junho para se submeter ao procedimento estético. Seu marido relatou à polícia que o tratamento foi executado de forma ágil e que, apesar de Aline já sentir dores intensas, eles decidiram retornar a Brasília no mesmo dia, onde ela parecia estar em condições estáveis.

Nos dias seguintes, conforme informou a autoridade policial, o desconforto de Aline não regrediu e ela começou a manifestar sinais de febre e fraqueza. O marido entrou em contato com a clínica, que assegurou que a reação “era normal” e recomendou que Aline “deveria tomar um remédio para febre”.

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A influenciadora seguiu a medicação, mas sua febre persistiu. Em 26 de junho ela passou a ter dores abdominais e, no dia seguinte, seu estado de saúde se agravou, levando-a a desmaiar. Ela foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que não possuia Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento necessário.

Aline foi transferida para um hospital privado na Asa Sul, onde precisou ser entubada. Após sofrer duas paradas cardíacas, ela faleceu na terça-feira (2). O funeral e o sepultamento de Aline ocorreram na quinta-feira (4), no cemitério Campo da Esperança do Gama.

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