CONHEÇA OS CRIMES

Homem com tatuagens nazistas tem passagens pela polícia

Roberto Alexandre Carneiro Campos Francesconi, de 61 anos, foi levado à delegacia, mas liberado em seguida; uma das tatuagens era uma suástica.

Homem com tatuagens nazistas tem passagens pela polícia
Homem foi liberado pela polícia logo após chegar à delegacia (Crédito: Reprodução/ Twitter)

O homem que foi denunciado por ter tatuagens nazistas e liberado em seguida já tinha passagens pela polícia antes da denúncia devido às figuras. Roberto Alexandre Carneiro Campos Francesconi foi registrado pelo crime de ameaça e lesão corporal leve em 2003, e nos últimos 20 anos os crimes se repetiram incluindo denúncias cárcere privado e injúria. Todos as acusações envolvem crimes previstos pela Lei Maria da Penha.

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Consta ainda um pedido de medida protetiva, mas todas as investigações correram em sigilo. Algumas delas, não chegaram à Justiça. Não há detalhes das acusações e as investigações foram arquivadas ou extintas. De acordo com o relato de vizinhos ao site UOL, as visitas policiais são frequentes em seu apartamento.

Em suas redes sociais afirma ser da área de segurança comercial e privada, no entanto é conhecido entre colecionadores de antiguidades na internet por denúncias de golpes no Facebook e no Instagram. Ainda à redação do site UOL, os denunciantes disseram que a estratégia do infrator é anunciar um objeto ou móvel com valor reduzido alegando estar fechando uma loja.

Depois de receber o sinal que varia de R$ 500 a R$ 1.000 via pix, Carneiro bloqueia os compradores em todas as redes sociais. Os denunciantes acabaram ficando no prejuízo sem conseguir reaver o dinheiro ou receber o produto. Os registros indicam que o valor é enviado a uma conta associada ao CPF do homem. Um deles registrou boletim de ocorrência no último dia 26, no Rio de Janeiro.

Carneiro também recebeu 16 parcelas de auxílio emergencial, totalizando R$4.500 e, em seguida, 13 parcelas do Auxílio Brasil, somando mais R$ 3.666 em benefícios. Em 2021, também recebeu por alguns meses o Bolsa Família, no valor total de R$ 1432 mas, de acordo com dados do Governo Federal, não chegou a realizar o saque do dinheiro.

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APOLOGIA AO NAZISMO

No dia 28 de janeiro, Roberto Carneiro foi encaminhado à delegacia por Leonardo Guimarães, pós-graduando em Justiça e Segurança Pública na UFF, que acionou a polícia quando identificou símbolos nazistas no corpo do homem. Entre as tatuagens, estavam uma suástica, ícone do partido nazista, e um sol negro também associado ao movimento extremista. Por último, ainda foi identificada a frase “white pride” (“orgulho branco” em português).

A lei n° 9.459/97 enquadra como crime a apologia ao nazismo com pena de dois a cinco anos de reclusão. O policial que atendeu o caso, no entanto, utilizou explicações mitológicas para justificar os símbolos nazistas das tatuagens de Carneiro e nem mesmo citou a frase racista registrada no corpo do infrator.

Além disso, o inspetor ainda ofendeu o denunciante o chamando de “comunista gayzista estudantezinho” e se desculpou ao homem que exibia as tatuagens dizendo que ele poderia usar o que quisesse. Guimarães ainda revelou em entrevista ao UOL que quando questionou o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar a prática criminosa ouviu do agente: “Que se f*da o STF. O STF fica legislando, não tenho nada a ver, ele não manda nessa delegacia”.

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O site UOL também procurou a 9ª DP da Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde foi efetuada a denúncia, que afirmou que nenhum agente expressou qualquer opinião ou ofensa.

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