A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) está preparando um plano de ação para resolver a situação de risco de oito abrigos que enfrentam superlotação e acolhem pessoas atingidas pelo temporal de terça-feira (15) em Petrópolis, na região serrana do Rio. A classificação é baseada no número de abrigados em cada unidade.
Segundo o MPRJ, alguns dos pontos abrigam mais de 80 pessoas, foram considerados de alto risco e já registraram casos de covid-19 e de piolho por causa da aglomeração. A promotoria informou que as situações emergenciais já foram repassadas ao poder público.
“Nesse sentido, foi expedido ofício à Defesa Civil para que realize, em 24 horas, vistoria em cinco pontos de apoio. À Secretaria Municipal de Saúde, o MPRJ repassa informações em tempo real”, diz o Ministério Público. Há 1.100 pessoas nos abrigos, incluindo 346 crianças acompanhadas por responsáveis, 60 adolescentes, 107 idosos e 18 portadores de deficiência.
Secretaria de Saúde acompanha
O secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, acompanha, em Petrópolis, o trabalho da Vigilância Estadual nos abrigos que acolhem vítimas da tragédia que devastou a cidade. Técnicos da secretaria visitaram 42 locais, entre unidades de saúde, abrigos e igrejas.
Há uma semana, desde que chegaram à cidade, equipes da Vigilância em Saúde do estado trabalham no suporte e atendimento à população petropolitana, em colaboração com servidores municipais. Como ações imediatas, o governo estadual enviou doses de reforço contra difteria, tétano e vacinas contra covid-19, além da distribuir equipamentos de proteção e de monitorar a qualidade da água. Além disso, foram enviadas ao município 5 mil máscaras faciais e 5 mil testes de antígeno para covid-19.
Chieppe disse que o objetivo das visitas a abrigos é fornecer orientações sobre atendimento e verificar as condições sanitárias dos locais. “Desde o primeiro dia, nossas equipes têm visitado as instalações, sejam igrejas, pontos de apoio, abrigos provisórios ou unidades básicas de saúde. Nosso objetivo é orientar e verificar se tais lugares têm as condições sanitárias necessárias para dar suporte aos desabrigados e desalojados e para armazenar alimentos, principalmente os perecíveis”, afirmou o secretário.
De acordo com a secretaria, até ontem (23), tinham sido vacinadas em abrigos 157 pessoas. “Elas receberam doses de reforço contra covid-19. Além disso, desalojados e voluntários são orientados sobre a importância do uso correto da máscara e pessoas com sintomas gripais estão sendo separadas das demais, para evitar a transmissão da covid-19”, informou a SES.
As equipes da Vigilância Sanitária Estadual são compostas de enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, médicos veterinários, biólogos e dentistas.
A preocupação dos profissionais não se resume à prevenção da covid-19. Eles repassam informações sobre cuidados na manipulação e no armazenamento de alimentos nos abrigos, além de colher amostras para avaliar a qualidade da água. Segundo a SES, até ontem, em oito abrigos foram detectados problemas na água.
O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Estado vem coletando dados sobre a tragédia que atingiu Petrópolis, município com população estimada em 307 mil habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nas visitas aos pontos de apoio, técnicos da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde recolhem informações para alimentar o cadastro geral dos abrigados. “O objetivo é levantar as necessidades básicas de saúde e traçar um perfil dessa população, direcionando as ações conforme as necessidades de cada abrigo.
A SES acrescentou que continua apoiando o município no desenvolvimento de um plano de monitoramento dos “agravos que poderão acometer a população após as enchentes, tais como leptospirose e acidentes com animais peçonhentos, entre outros”.
(Agência Brasil)