A jovem Evellyn Cristina Durade, de 22 anos, entrou em trabalho de parto durante a tempestade que atingiu Belford Roxo, no Rio de Janeiro, há 12 dias. Após ter o filho dentro de casa, ela foi socorrida de barco e levada até o hospital. Os pais da criança perderam tudo — inclusive o berço e o enxoval — por conta da enchente. A informação é do g1.
A mãe conta que começou a sentir as contrações há duas semanas, mas não tinha como ir até o hospital ou obter socorro dos bombeiros, que não conseguiam chegar até o local em que a família estava. “Foi assustador. Eu fui ao hospital dias antes e eles disseram que não estava na hora (de nascer). Eu já estava com 39 semanas. No sábado eu fiz 40 semanas e comecei a entrar em trabalho de parto. Ai, ele nasceu na manhã do sábado com a ajuda da sogra. Eu pensava que perderia o meu filho, não teria força para dar à luz ele“, disse ao g1.
Após o nascimento, que ocorreu na manhã do dia 14 de janeiro, familiares e vizinhos conseguiram socorrer a família até o posto de saúde em um bote. “Na hora eu fiquei com medo, mas com a ajuda e motivação deles fiquei tranquilo. Foram nove horas de muito medo“, conta Evellyn.
Em seguida, ao chegar na unidade de saúde, a família conseguiu uma ambulância, que levou Evellyn e seu filho para o Hospital Nossa Senhora da Glória, no Centro de Belford Roxo. Segundo o g1, os dois receberam alta e estão bem.
Além disso, ao voltar para casa, a família descobriu que a água invadiu a residência onde moram e eles perderam tudo, inclusive parte do enxoval e o berço da criança. Evelllyn teve que se mudar para a casa da sogra com a família. “Perdemos tudo. Viemos para a casa da minha sogra porque lá está muito cheio. Aqui, está sendo complicado. Meu pai, minha mãe e meu irmão estão me ajudando. Colocamos dois colchões e dormimos aqui na sala. Vamos correr atrás para conquistar tudo novamente“, disse o marido, Yago Guilherme Ribeiro Correa, de 23 anos.
Enchentes no Rio de Janeiro
Os temporais que atingem o estado do Rio de Janeiro repetidas vezes há duas semanas já afetaram cerca de 100 mil pessoas, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (24), pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. O número atualizado de pessoas desalojadas passa de 25 mil, e 1.052 continuam desabrigadas. Também houve 12 mortes causadas pelas consequências das enxurradas.
Os dados incluem as cidades metropolitanas do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Mesquita e Nilópolis. Queimados, São Gonçalo e São João de Meriti também foram afetados, bem como Miguel Pereira, Paty de Alferes e Quatis, no interior do estado.
O Instituto Nacional de Meteorologia mantém alerta de risco de temporais para o estado do Rio. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) também aponta que há risco moderado de deslizamento em municípios das regiões Metropolina, Sul Fluminense, Leste Fluminense e Serrana.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini