O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta segunda-feira (16) que a tarifa de ônibus da capital paulista pode sofrer reajuste no próximo ano. Embora o valor esteja congelado em R$ 4,40 desde 2020, Nunes afirmou que o aumento não será integral à inflação acumulada no período.
“Estamos vendo a possibilidade de não fazer a correção da inflação, ou não fazer a correção de toda inflação. Já estamos no quarto ano consecutivo sem correção. Aumento não terá. Pode ter parte da correção da inflação”, declarou o prefeito, em conversa com a GloboNews.
Se a inflação acumulada de 32,77% desde 2020 fosse aplicada integralmente, o novo valor da tarifa chegaria a R$ 5,84. Entretanto, Nunes garantiu que qualquer ajuste ficará abaixo desse índice e ainda será discutido com sua equipe até o final de dezembro.
Impacto do congelamento nas contas públicas
O congelamento do valor da tarifa por quatro anos gerou um aumento expressivo nos subsídios pagos pela Prefeitura às empresas de ônibus. Até outubro deste ano, foram desembolsados R$ 5,6 bilhões, valor que já supera os R$ 5,3 bilhões gastos em todo o ano anterior. A previsão é que o total ultrapasse R$ 6 bilhões até o final de 2024, marcando o maior subsídio da história da cidade.
Segundo dados da SPTrans, o aumento nos subsídios reflete não apenas o congelamento tarifário, mas também custos agravados pela pandemia de Covid-19, que reduziram a arrecadação do sistema de transporte público.
Em nota, a Prefeitura destacou que os recursos subsidiam benefícios como o “Domingão Tarifa Zero“, integrações gratuitas, descontos no sistema sobre trilhos e gratuidades para idosos, estudantes e pessoas com deficiência.
Reajuste da tarifa deve seguir modelo integrado
Desde a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), os reajustes na tarifa de ônibus são alinhados aos preços do transporte sobre trilhos, devido ao bilhete único integrado. No entanto, em 2024, a tarifa do Metrô e CPTM subiu para R$ 5,00, enquanto o prefeito manteve o congelamento dos ônibus municipais.
Ricardo Nunes havia sinalizado a intenção de manter a tarifa congelada, mas destacou que não pode comprometer áreas como saúde e educação. “Minha ideia é manter [a tarifa em R$ 4,40], mas eu não poderia ser irresponsável sem antes olhar todos os dados, dissídios de funcionários, valor do diesel, todo o custo, para saber se a gente pode manter”, afirmou.
Para 2025, o orçamento prevê R$ 6,4 bilhões para subsídios tarifários, mas a proposta ainda depende de aprovação na Câmara Municipal.
Hoje, visitei as obras do BRT Radial Leste, um sistema de transporte por ônibus, mais rápido e tecnológico! Sendo o primeiro do tipo, esta obra inovadora irá transformar a forma como milhares de paulistanos se movem diariamente, reduzindo pela metade o tempo de deslocamento e… pic.twitter.com/PxEl0VB7uH
— Ricardo Nunes (@ricardo_nunessp) November 19, 2024
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