
Um policial que atuava como piloto de um helicóptero da Polícia Civil foi baleado na cabeça durante uma operação na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio, na manhã desta quinta-feira (20). Felipe Marques Monteiro, integrante do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi atingido enquanto comandava a aeronave. O co-piloto assumiu o controle e conseguiu pousar em segurança.
O agente foi encaminhado ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul, onde passou por cirurgia. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, seu estado é gravíssimo.
Qual era o alvo da operação da polícia?
A ação da Polícia Civil mirava uma quadrilha especializada em roubos de vans, que atua principalmente na Zona Oeste. O grupo assalta veículos, desmonta e revende as peças no mercado ilegal. As investigações apontam que o esquema já causou um prejuízo superior a R$ 5 milhões ao setor de transporte turístico no estado apenas em 2024.
Os agentes cumpriram cinco mandados de prisão e oito de busca e apreensão. Até o momento, seis pessoas foram presas.
Um dos principais alvos da operação era Yan Marley Lopes Ferraz, de 24 anos, apontado como líder da quadrilha. Ele foi preso em casa, em Santíssimo, também na Zona Oeste. Escutas telefônicas indicam que ele coordenava os assaltos, escolhia os alvos e negociava os veículos roubados.
Confronto e impacto na região
Desde as primeiras horas da manhã, moradores relataram intensos tiroteios e barricadas em chamas na região. Os trens do ramal Santa Cruz chegaram a ficar paralisados por cerca de 10 minutos devido aos confrontos próximos às estações Bangu e Senador Camará.
A Clínica da Família Maria José de Souza Barbosa e três escolas municipais foram fechadas por segurança. Quatro linhas de ônibus municipais precisaram alterar seus itinerários:
- 731 (Campo Grande x Marechal Hermes)
- 737 (Santíssimo x Cascadura)
- SV790 (Campo Grande x Cascadura)
- 926 (Senador Camará x Penha)
As investigações indicam que a quadrilha opera de forma estruturada, com membros desempenhando funções específicas, como batedores, roubadores, receptadores e desmanchadores. Além das prisões, a Polícia Civil busca apreender armas, celulares e outros materiais que possam fortalecer as provas contra os suspeitos.
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