A Justiça determinou nesta sexta-feira (15), a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o afastamento de sete policiais militares da corporação por suspeita de interferência nas investigações da chacina que resultou na morte de nove pessoas após um tiroteio entre a polícia e um homem armado.
O caso aconteceu em setembro deste ano, no município de Camaragibe, em Recife (PE). Uma quadrilha que também estava supostamente envolvida na chacina foi presa na última quinta-feira (14).
O MPPE informou ao g1 que requereu “medidas cautelares diversas da prisão”, sendo o afastamento das funções públicas contra pessoas que, “pelas condutas que tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam”, poderiam “influenciar” no andamento das apurações do caso.
A instituição acrescentou que o acompanhamento do inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para elucidar os fatos reforçou a avaliação dos membros do Ministério Público de que é preciso assegurar condições jurídicas e de fato para que os próximos atos investigatórios se deem em ambiente isento de quaisquer interferências que comprometam sua eficácia.
Ainda de acordo com o Ministério Público, todos os pedidos de afastamento feitos pela instituição foram atendidos pela Justiça.
Nota do MPPE à respeito das investigações da chacina
“Em decorrência do que foi apurado no procedimento de investigação criminal que tem como objeto os fatos ocorridos nas cidades de Camaragibe e Paudalho, entre os dias 14 e 15 de setembro de 2023, o Ministério Público de Pernambuco, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Camaragibe, do GACE – Controle Externo da Atividade Policial e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), requereu e teve deferidas judicialmente medidas cautelares diversas da prisão (afastamento de suas atuais funções públicas – art. 319, VI, do Código de Processo Penal) em relação a pessoas que, pelas condutas que tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam, podem influenciar na continuidade da investigação.
Ademais, o acompanhamento do inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para elucidar os fatos reforçou a avaliação dos membros do Ministério Público de que é preciso assegurar condições jurídicas e de fato para que os próximos atos investigatórios se deem em ambiente isento de quaisquer interferências que comprometam sua eficácia.
Todas as medidas, além da necessária obediência aos padrões constitucionais e legais, se deram dentro do espírito colaborativo que deve nortear as relações institucionais.”
*sob supervisão de Camila Godoi