Em um incidente alarmante ocorrido em um sítio no interior paulista, uma onça-parda feriu gravemente dois cachorros que protegiam a propriedade. O acontecimento, que parece ter sido fruto de uma defesa do território da onça, acende alertas sobre a convivência entre vida selvagem e habitats humanos. A fêmea da raça rottweiler, carinhosamente chamada de “Nega“, sofreu graves lesões faciais e teve de passar por uma cirurgia de três horas. Enquanto isso, o companheiro da raça pit bull não sobreviveu aos ferimentos recorrendo durante o conflito. Este evento traz à tona o delicado equilíbrio entre os animais selvagens e os animais de estimação em zonas rurais.
Danos causados ao rottweiler
Segundo Nivaldo Sedenho, o médico veterinário que realizou o procedimento cirúrgico na rottweiler, as lesões identificadas indicam claramente um ataque de grande felino, provavelmente devido aos cortes profundos e paralelos encontrados. O especialista destacou em entrevista do G1 que a operação envolveu complexas técnicas de cirurgia plástica para reconstruir o canto da boca de “Nega”.
Apesar do procedimento bem-sucedido, a recuperação de “Nega” ainda será longa e cuidadosa, com risco presente de deiscência dos pontos. O veterinário enfatiza a necessidade de vigilância contínua para evitar infecções e garantir que a cicatrização ocorra sem complicações. Ainda será necessário um período de observação de pelo menos duas semanas antes de considerar alta médica.
A onça-parda e a interação com o ambiente rural
A interação entre grandes felinos, como a onça-parda, e áreas habitadas por humanos é um tema cada vez mais relevante. Eventos como esse destacam a importância de estratégias de convivência pacífica. A onça, um animal que naturalmente habita as matas ciliares da região, pode ter se sentido ameaçada e agido em defesa própria ao ser acuada pelos cães.
Este incidente serve como um lembrete para os proprietários de terras em áreas rurais sobre a importância de tomar medidas para proteger tanto seus animais quanto a fauna silvestre, que muitas vezes são deslocados de seus habitats naturais devido à expansão humana.
* Sob supervisão de Lilian Coelho