Cumprindo pena em regime aberto pelo assassinato dos pais, Suzane von Richthofen, de 41 anos, não avançou no concurso público para escrevente técnico judiciário do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O nome dela ficou de fora da lista de convocados para a segunda etapa, divulgada na semana passada.
Suzane participou da primeira fase utilizando o nome Suzane Louise Magnani Muniz, após retirar o “von Richthofen” em uma mudança oficial realizada no ano passado. Ela realizou a prova objetiva em Campinas, no bairro Cambuí, para concorrer a um cargo com salário inicial de R$ 6.043, além de benefícios como auxílio-alimentação, transporte e saúde.
Ao todo, o TJ-SP ofereceu 572 vagas para escrevente em várias regiões do Estado, sendo 300 destinadas à capital. A concorrência foi acirrada: cerca de 181 mil inscritos disputaram as oportunidades, com uma média de 318 candidatos por vaga.
Suzane atende aos requisitos para o cargo?
De acordo com o Tribunal de Justiça, além de ser aprovado no concurso, o candidato precisa cumprir uma série de critérios, como apresentar “boa conduta”, o que inclui certidões de antecedentes criminais e informações sobre processos judiciais em andamento.
A condenação de Suzane, entretanto, ainda suspende seus direitos políticos até o cumprimento total da pena, previsto para 2038. Apesar disso, uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) permite que condenados aprovados em concursos públicos sejam nomeados, desde que não haja conflito entre o crime cometido e o cargo pretendido, ou incompatibilidade com o regime de cumprimento de pena.
O passado e o presente
Suzane cumpre uma sentença de 38 anos de prisão pela morte dos pais, ocorrida em 31 de outubro de 2002. Em janeiro de 2023, ela progrediu para o regime aberto. Atualmente, reside em Bragança Paulista e estuda direito, enquanto busca reconstruir sua vida fora dos holofotes.
Em dezembro de 2022, ela oficializou a mudança de nome, adotando o sobrenome Muniz, de seu marido. A tentativa de se desvincular do passado parece refletir também na escolha de novas oportunidades, como o concurso público que agora não seguirá adiante.
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