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Cientistas ganham Nobel de Física por trabalho com IA

Vencedores, que são dos EUA e do Reino Unido, estudaram redes utilizadas no desenvolvimento do aprendizado de máquinas

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Ilustração dos cientistas John J. Hopfield (esquerda) e Geoffrey E. Hinton (direita) – Créditos: Reprodução

Na manhã desta terça-feira (8), os cientistas John Hopfield, dos Estados Unidos, e Geoffrey Hinton, do Reino Unido, foram anunciados como os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2024. Sua contribuição revolucionária no campo da inteligência artificial, através de suas pesquisas sobre redes neurais artificiais, transformou não apenas a computação, mas diversas áreas do conhecimento humano.

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Inspirados pelo funcionamento do cérebro humano, Hopfield e Hinton desenvolveram modelos matemáticos que simularam o fluxo de pulsos elétricos entre neurônios. Esses modelos foram fundamentais para o surgimento de tecnologias de ponta em computação, como a tradução automática de idiomas e o reconhecimento facial, além de inovadoras técnicas de diagnóstico médico por imagem.

Como as redes neurais revolucionaram a ciência?

As redes neurais, uma inovação que mudou paradigmas, tornaram-se a espinha dorsal de sistemas de aprendizado de máquina, conhecidos como “deep learning”. As descobertas de Hopfield e Hinton desempenharam um papel central nesse avanço. Aplicações modernas, como o ChatGPT, o Gemini e o Llama, dependem dos princípios por eles estabelecidos. Esses grandes modelos de linguagem são um reflexo direto do impacto das redes neurais na sociedade atual.

Ao quebrar a tradição do Prêmio Nobel de Física ao premiar uma descoberta na área de ciência da computação, a comissão reconheceu a profundidade do impacto dos trabalhos desses cientistas não apenas no campo teórico, mas também nas inovações práticas que transformaram a sociedade contemporânea.

Qual a opinião dos cientistas sobre o futuro da inteligência artificial?

Geoffrey Hinton expressou um misto de orgulho e cautela ao receber a notícia do prêmio. Durante uma ligação ao vivo com jornalistas, o físico de 77 anos revelou surpresa com a honraria, mas também admitiu preocupações com o rápido avanço da inteligência artificial. “Não temos experiência em lidar com entidades mais inteligentes que nós mesmos”, afirmou Hinton, refletindo sobre os potenciais riscos e benefícios das tecnologias emergentes.

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Apesar de seu receio, Hinton não se arrepende de suas contribuições ao campo. Ele vê a evolução do aprendizado de máquina como uma fase crucial, comparável às grandes revoluções tecnológicas do passado, como a Revolução Industrial no século XIX. Essa visão é compartilhada apenas por alguns de seus colegas, já que muitos cientistas ainda consideram uma IA geral de nível humano como um sonho distante.

O caminho das redes neurais: da biologia à computação

O trajeto seguido pelas ideias de Hopfield e Hinton desde a biologia até a computação representa uma jornada repleta de desafios e inovações. Gabriel Schleder, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), destacou a evolução das redes neurais como um exemplo clássico de como conceitos científicos passam por diversas disciplinas antes de encontrar suas aplicações mais impactantes.

  • John Hopfield iniciou o trabalho ao aplicar conceitos da matemática estatística para compreender processos neurobiológicos.
  • Geoffrey Hinton expandiu essas ideias, aplicando-as a sistemas computacionais e pavimentando o caminho para aplicações práticas em várias áreas.
  • Esses desenvolvimentos abriram portas para IA moderna, que agora permeia inúmeras facetas da vida cotidiana.

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